COM VÍDEO. Pedaço de um asteroide será colocado em órbita do nosso satélite natural e servirá de teste para uma missão tripulada a Marte.
Uma nave robô da NASA irá arrancar um grande pedaço de um asteroide e enviá-lo de forma a que fique em órbita da Lua, numa complexa missão importante para o desenvolvimento de uma futura missão tripulada a Marte, anunciou hoje a agência espacial americana.
Com a designação Missão de Redirecionamento de Asteroide (Asteroid Redirect Mission), tem um custo estimado de 1,25 mil milhões de dólares (1,13 mil milhões de euros), não incluindo os custos de lançamento, e tem data de início prevista para dezembro de 2020.
Uma primeira missão robótica será seguida, cinco anos mais tarde, por uma expedição tripulada à rocha espacial, no que é a modificação de um plano já apresentado ao Presidente Barack Obama em 2010. A NASA ponderou então deslocar um pequeno asteroide na sua totalidade e colocá-lo numa órbita alta em redor da Lua.
A agência espacial mostrou hoje uma animação de como será a parte tripulada da missão:
Após estudos intensos, a agência espacial americana optou por recolher e redirecionar uma grande rocha retirada de um asteroide maior, o que faz aumentar o custo da missão em 100 milhões de dólares (91 milhões de euros), mas que será mais eficaz para a preparação do objetivo final que é a aterragem de astronautas em Marte.
"Este é o tipo de coisas que sabemos que vamos precisar de fazer quando nos preparamos para ir a outro corpo planetário", disse o administrador associado da NASA Robert Lightfoot, em conferência de imprensa.
A NASA planeia estudar o asteroide em causa durante cerca de um ano para testar técnicas de defleção que poderão um dia ser necessárias para salvar a Terra de uma colisão potencialmente catastrófica.
Um asteroide ou um cometa colidiu com a Terra há cerca de 65 milhões de anos provocando alterações climáticas que levaram à extinção dos dinossauros e de grande parte da vida então existente no planeta.
Atualmente, a NASA tem três asteroides candidatos a esta missão, mas uma decisão definitiva sobre qual o escolhido não será tomada antes de 2019.
A missão implica fazer chegar a um asteroide uma nave robótica propulsionada por um motor elétrico alimentado a energia solar e aí realizar análises extensas. Após um pedregulho ter sido selecionado, a sonda descerá até à superfície e utilizará um par de braços robôs para agarrar a rocha, que poderá ter de dois a quatro metros de largura.
"Vamos ter vários alvos... Podemos decidir qual deles vamos querer e depois ter três a cinco tentativas para o obter, ou decidirmos partir para outro", disse ainda Lightfoot.
O pedaço de asteroide capturado, que ficaria preso à sonda, seria então redirecionado até uma órbita alta em redor da Lua, uma manobra que se prevê que demore cerca de seis anos.
A sonda incluirá um anel de acoplagem de forma a que uma nave Orion da NASA, com dois astronautas, possam viajar até ao asteroide, numa missão prevista para um ano próximo de 2025.
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