sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O que aconteceria se uma tempestade solar gigantesca atingisse a Terra?

O que aconteceria se uma tempestade solar gigantesca atingisse a Terra?

Todos sabemos que as tempestades podem causar inundações e danos nas infraestruturas. Mas existe um perigo muito maior do que a chuva ou o vento: as intempéries espaciais. Se o planeta fosse atingido por uma tempestade solar gigantesca, a nossa tecnologia seria completamente destruída e o planeta mergulharia na escuridão.

«Dependemos da tecnologia, que por sua vez é vulnerável ao clima espacial», disse Thomas Berger, director do Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (ou NOAA, sigla para National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA. Ele disse ao Gizmodo que «se fôssemos atingidos por uma tempestade de grande escala, seria muito difícil nos reerguer.»

«Tempestade solar» é um termo genérico para descrever uma série de fenómenos que o Sol envia para a Terra, entre elas raios-x, partículas carregadas e plasma magnetizado. A última grande tempestade solar atingiu a Terra na metade do século XIX, mas os cientistas especializados em clima espacial temem que outra tempestade esteja por vir.

Uma tempestade solar costuma começar com algumas explosões solares - estouros gigantes na superfície do sol que libertam energia e partículas no espaço. Explosões pequenas de classe C acontecem constantemente e são demasiado fracas para afectar a Terra, e explosões médias classe M podem gerar algumas falhas nas ondas de rádio. Já as explosões classe X, as maiores explosões existentes no sistema solar, podem libertar o equivalente à energia de mil milhões de bombas de hidrogénio. Essas erupções acontecem raramente, mas quando acontecem, geram um espectáculo de proporções épicas.

Uma das explosões solares mais poderosas já mensurada com instrumentos modernos ocorreu durante um pico de actividade solar em 2003. A explosão era tão grande que chegou a sobrecarregar os sensores dos satélites, que registaram um nível X-28 (28 vezes maior do que uma explosão X-1, que por sua vez é 10 vezes maior do que uma explosão M1).

Apesar das explosões serem observadas há mais de um século, os cientistas ainda não conhecem a sua causa. Tudo o que se sabe é que essas explosões estão ligadas às disrupções no poderoso campo magnético do Sol, que oscila ao longo dos ciclos solares, cuja duração média é de 11 anos.

«Tempestades solares surgem a partir de forças magnéticas que explodem na superfície do Sol», explica o especialista em clima espacial Joe Gurman, que falou com o Gizmodo do Centro Espacial Goddard da NASA. «Chamamos a essas áreas de regiões activas, ou manchas solares. Quando essas manchas ficam grandes e assustadoras, sabemos que o campo magnético está a mudar rapidamente. Essas mudanças no campo magnético parecem ser a causa - ou uma das causas - da axtividade solar.»

Uma explosão média ou grande mandaria ondas de radiação de alta energia - raios x e luz ultravioleta - directamente para a Terra. Esse tipo de radiação é poderosa o suficiente para arrancar electrões de átomos. E é exactamente isso que começam a fazer quando atingem a camada superior da nossa atmosfera, conhecida como ionosfera. Em poucas palavras, o céu é atingido por um pulso eletromagnético gigantesco. Mas de acordo com Berger, mesmo as maiores explosões solares não causam muitos danos aos seres humanos.

«Esse pulso eletromagnético atinge a ionosfera, expandindo-se a partir daí», disse Berger. «Mas as explosões solares não causam muitos danos à tecnologia.»

Com excepção do rádio. Quando a atmosfera fica muito carregada, os sinais de rádio entre a Terra e os satélites são bloqueados.

«As radiocomunicações podem ser afectadas», acrescentou Berger. «As ondas trans-horizonte também sofrem danos. Quando os aviões estão a voar entre os polos, a única forma de comunicar com os centros de controlo é através de ondas de rádio de alta frequência entre os continentes. Mas essas explosões só atrapalham essas tecnologias por alguns minutos, no máximo algumas horas.»

Fonte: DD

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