sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Como é que nos escapou o nono planeta?

Órbita do nono planeta e dos planetas-anões que permitiram estimar a sua existência
Caltech
Astrónomos descobrem que pode haver um gigantesco nono planeta no Sistema Solar

Para quem ainda tem na memória a cantilena Mercúrio, Vénus, Terra, Marte... e não se conforma com a despromoção de Plutão, há esperança. Astrónomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) encontraram forte evidência de que, afinal, sempre serão nove os planetas do nosso Sistema Solar.

Ao analisar o movimento de planetas-anões, muito para lá da órbita de Plutão, perceberam que estes estavam alinhados e que não havia nenhuma força gravitacional conhecida que justificasse esta organização forçada. Várias hipóteses foram consideradas e incluídas nos modelos matemáticos que descrevem as suas órbitas, e só quando foi posta a hipótese de ali existir um planeta grande e denso é que as contas começaram a bater certo. "Fiquei de queixo caído," admitiu um dos autores principais do estudo, publicado na revista científica The Astronomical Journal, Mike Brown.

Este novo mundo será dez vezes mais denso e quatro vezes maior do que a Terra, mas terá escapado até agora por estar tão longe de nós, nos limites do Sistema Solar, demorando entre dez mil a vinte mil anos a dar a volta ao Sol. "Hoje em dia, é mais fácil detetar exoplanetas [fora do Sistema Solar] do que mapear os limites do Sistema Solar," nota José Afonso, do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa. De facto, nos últimos anos, têm-se descoberto centenas de planetas extra-solares, que habitam mundos longínquos, a muito anos-luz de nós. "Detetamo-los através das pequenas oscilações que provocam no movimento de estrelas, mais fáceis de observar do que os planetas-anões," justifica o astrónomo.

Este método de interferência nas órbitas é muito semelhante ao utilizado pelos astrónomos do século XIX, que previram a existência de Neptuno pela perturbação na órbita de Urano, muito antes de surgirem telescópios capazes de o observar.

"Para já, é uma suposição, bem suportada pelos cálculos, classificados como exaustivos, pelos cientistas que fizeram a revisão do artigo", nota José Afonso. "Mas pode haver outra justificação para as órbitas daqueles pequenos planetas."

A prova que se espera agora virá da observação. Que só poderá ser feita por um telescópio de infra-vermelhos, que deteta a ténue radiação emitida pelo suposto gigante de gelo.

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