quinta-feira, 3 de março de 2016

Astrónomos detectam pela primeira vez sucessão de rajadas rápidas de rádio

Astrónomos detectam pela primeira vez sucessão de rajadas rápidas de rádio

Astrónomos detectaram pela primeira vez uma sucessão de rajadas rápidas de rádio (FRB) - um fenómeno cósmico muito misterioso - proveniente de uma fonte situada sem dúvidas muito além da nossa galáxia, segundo um estudo publicado na revista Nature.

As FRBs foram identificadas em 2007 por uma equipa de cientistas liderados por Duncan Lorimer, a partir de dados recolhidos pelo observatório. Num milésimo de segundo, emitem tanta energia quanto o Sol em 10.000 anos.

Antes desta descoberta realizada por uma equipa internacional, todas as outras FRBs registadas, somando 17, pareciam ser fenómenos pontuais.

Por isso, a maior parte das teorias sobre a origem dessas rajadas evocavam eventos cataclísmicos que levam à destruição da sua fonte: explosão de uma estrela gerando uma supernova, fusões de estrelas de neutrões (astros minúsculos mas muito densos, compostos essencialmente de neutrões).

Mas em Novembro, Paulo Scholz, doutorando da universidade canadiana de McGill, observou, graças a um supercomputador, uma sucessão de rajadas rápidas de rádio registadas entre Maio e Junho de 2015 pelo poderoso rádio telescópio de Arecibo situado sobre a ilha de Porto Rico.

«Não apenas estas rajas se repetiam, mas o seu brilho e espectro diferem de outras FRBs», aponta Laura Spitler, autora principal do artigo e pesquisadora do Instituto de Radioastronomia Max Planck, na Alemanha.

«Ainda não sabemos a origem desta série de explosões, mas pensamos que pode ser um jovem pulsar» (uma estrela de neutrões que emite pulsos de rádio regularmente como um farol muito poderoso, afirmou Victoria Kaspi, professora de física na Universidade McGill e membro sénior da equipa que conduziu o estudo. «Ou então um jovem magnetar» (uma estrela de neutrões que produz um campo magnético extremamente forte), acrescentou.

O estudo deve dar ainda mais material para as especulações que cercam as FRBs. «Pelo menos esta fonte contraria o facto de que estas explosões são causadas por eventos cataclísmicos de uma vez, como uma supernova ou a fusão de duas estrelas», disse Victoria Kaspi.

Os investigadores consideram que a sua descoberta «vai particularmente contra os resultados» de um estudo publicado em 24 de Fevereiro na Nature, apresentando uma origem cataclísmica não repetida para uma FRB localizada numa galáxia a 6 mil milhões de anos-luz da Terra.

Fonte: DD

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