terça-feira, 8 de março de 2016

Descoberta de vida fora da Terra pode afectar religião e filosofia, diz relatório

Descoberta de vida extraterrestre implicaria num 
aumento no número de missões no espaço
(Foto: Lynette Cook / Nasa)
Segundo texto, humanidade precisa se preparar para possível descoberta. Fórum Económico divulgou 5 temas que deveriam ser debatidos pelas nações.

A descoberta de vida alienígena, o uso de medicamentos para aumentar a capacidade cognitiva e a mudança completa das condições climáticas na Terra podem implicar em dilemas éticos e provocar alterações na maneira como a sociedade se organiza e em como ela vê a si mesma, aponta a oitava edição do relatório Riscos Globais, do Fórum Económico Mundial, divulgado esta semana. A organização divulgou cinco “factores X” que gostaria de ver nos debates da comunidade internacional em 2013 por terem consequências incertas para o futuro da humanidade.

Descoberta de vida extraterrestre
Dado o ritmo de exploração do espaço, é cada vez mais provável se descubra a existência de vida alienígena no sistema solar. Mas quais seriam as consequências dessa descoberta para o fluxo de financiamento da ciência e para a imagem que a humanidade tem de si mesmo?

De acordo com o relatório, supondo que astrónomos descubram um planeta que possa servir como uma futura casa para a humanidade, ou detectem a existência de vida em nosso Sistema Solar, esses avanços trariam sérias implicações.

Os cientistas iriam deslocar um grande contingente de missões robóticas e humanas para estudar o local, apoiados por agências de financiamento entusiasmadas com as descobertas. No longo prazo, haveria profundas implicações psicológicas e filosóficas desencadeadas pela descoberta de vida extraterreste, desafiando a religião e a filosofia humana, diz o relatório. Para evitar que isso ocorra, o texto aponta a necessidade de campanhas de sensibilização do público, prevenindo a população contra as consequências sociais de descobertas tão profundas e contra a mudança de paradigma quanto à posição da humanidade no universo.
Cientistas estão próximos de desenvolver terapias
e medicamentos que melhores sistema cognitivo
(Foto: Reprodução)

Habilidades super-humanas
Antes reservadas à ficção científica, as habilidades sobre humanas estão se aproximando rapidamente do nosso horizonte de plausibilidade. Mas quais seriam as implicações éticas destes avanços?

O documento do Fórum Económico Mundial aponta que os cientistas estão trabalhando duro para desenvolver medicamentos e terapias que livrem o cérebro humano de doenças neurológicas, como o Mal de Alzheimer e a esquizofrenia. Embora o progresso tenha sido lento, o relatório afirma que, num futuro próximo, pesquisadores irão identificar compostos que melhorem os actuais estimulantes cognitivos, por exemplo, a ritalina - medicamento indicado para pessoas diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperactividade.

Embora sejam prescritos para tratar doenças neurológicas, os novos compostos capazes de melhorar a inteligência ou a cognição poderão ser usados ilegalmente por pessoas saudáveis à procura de vantagens no trabalho ou estudo, destaca o relatório. O texto afirma ainda que os novos tratamentos irão trazer sérios conflitos éticos, estando disponíveis no mercado somente para quem puder pagar por eles.

Expectativa de vida aumentou muito nos últimos
anos, destaca relatório (Foto: Marcelo Brandt/G1)

O custo de viver mais
A expectativa de vida das população tem aumentado nos últimos anos, mas será que a humanidade não está traçando as bases para a criação de uma sociedade futura fadada a lidar com uma massa de idosos, doentes e debilitados?

São esperados, num futuro próximo, grandes avanços na medicina para evitar e tratar doenças como câncer, problemas no coração e acidente vascular cerebral, destaca o relatório. No entanto, o texto alerta para a necessidade de analisar o impacto de uma sociedade com um número crescente de idosos enfermos, protegidos das doenças que mais causam mortes, mas com uma qualidade de vida deteriorada por conta de outros males.

De acordo com o artigo, esse cenário exige que sejam difundidos hábitos que melhorem a qualidade de vida e afastem possíveis patologias, como a prática de exercícios físicos. Ao mesmo tempo, é preciso tomar medidas para mitigar os custos decorrentes do aumento da população de idosos, por exemplo, fixando uma idade mais avançada para a aposentadoria, defende o texto.

O impacto do envelhecimento da população será sentido por toda a sociedade e é preciso encontrar soluções para amenizar doenças crónicas e encontrar meios para tornar os idosos capazes de gerir males crónicos e gerar riqueza ao mesmo tempo, conclui o relatório.

Debate deve abordar necessidade de adaptação do
ser humano às novas condições climáticas
Foto: Danile Beltra/Greenpeace/AFP)

Mudanças Climáticas Descontroladas
A ameaça da mudança climática é bem conhecida, mas será que já não desencadeamos uma reacção em cadeia descontrolada que rapidamente está empurrando a atmosfera para um estado inóspito?

O texto sugere que o debate sobre o tema nas últimas décadas ficou centrado na questão se a humanidade poderia ou não ser responsável por alterar um sistema climático tão grande como o da Terra. No entanto, o artigo atesta que estamos caminhando forçadamente para uma discussão sobre a melhor forma de reforçar a resistência dos seres humanos e sua capacidade de adaptação para lidar com essa nova realidade. “Ligada no piloto automático, a mudança das condições climáticas nos empurra impiedosamente para um novo e desconhecido equilíbrio”, afirma o texto.

Riscos da geoengenharia
Em resposta às preocupações crescentes sobre as mudanças climáticas, os cientistas estão explorando maneiras de manipular o clima da Terra. A maioria das pesquisas tem se concentrado em injeção de enxofre através de aeronaves. Mas e se essa tecnologia for apropriada por um estado ou indivíduo mal intencionado?

A ideia básica na geoengenharia - também chamada de gestão da radiação solar - é a de que as pequenas partículas podem ser injectadas no alto da estratosfera para bloquear parte da energia solar recebida e reflectir os raios para o espaço, tal qual as grandes erupções vulcânicas fizeram no passado.

De acordo com estudos recentes, esse método poderia compensar o aquecimento global e daria aos seres humanos o controle sobre a temperatura da Terra. No entanto, destaca o relatório, uma série de implicações éticas, legais e científicas rapidamente surgiriam, junto com incontáveis efeitos colaterais, ainda difíceis de prever. De acordo com o artigo, no momento ninguém prevê a implantação da gestão da radiação solar, dadas as dificuldades de um acordo internacional sobre o tema. Mas, ressalva o texto, alguns analistas de geoengenharia já estão pensando nas implicações no caso de um país ou um pequeno grupo de pessoas precipitarem uma crise internacional ao avançar com a pesquisa de implantação da geoengenharia.

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