sexta-feira, 11 de março de 2016

Réptil que viveu antes dos dinossauros foi descoberto no Brasil

Uma ilustração representa como seria o 'Teyujagua paradoxa' em vida - D.R.
O 'Teyujagua' era um pequeno quadrúpede com cerca de metro e meio de comprimento e dentes afiados

Uma equipa de paleontólogos descobriu um fóssil do crânio de um réptil primitivo que viveu há 250 milhões de anos. A nova espécie foi descoberta no Rio Grande do Sul, no Brasil, e foi batizada deTeyujagua paradoxa, um nome de inspiração indígena, já que na língua guarani Teyujagua significa "réptil feroz".

O fóssil foi descoberto no início de 2015 por uma equipa da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), numa rocha do Triássico perto de São Francisco de Assis. O estudo foi desenvolvido por uma equipa de três universidades brasileiras e de uma inglesa.

Richard Butler, da Universidade de Birmingham, explica que a descoberta "é importante porque ajuda a perceber as origens de um grupo de vertebrados chamado arcossauriformes" - um grupo muito diverso que deu origem aos dinossauros, crocodilos e pássaros. Ou seja, o achado ajuda a clarificar a evolução inicial deste grupo.

Este animal viveu após a grande extinção Permo-Triássica, que ocorreu há 252 milhões de anos - um evento que aniquilou 90% das espécies que viviam na altura e que foi provavelmente desencadeada por erupções gigantes na parte oriental do que é hoje a Rússia.

Depois da extinção, os sobreviventes tiveram oportunidade para crescer em número e diversidade. Os arcossauriformes e os seus "primos" como os Teyujagua paradoxa afirmaram-se e dominaram os ecossistemas, acabando por dar origem aos dinossauros.

O Teyujagua era um pequeno quadrúpede com cerca de metro e meio de comprimento. Os dentes eram afiados e faziam lembrar pequenas serras, indícios de que tinha uma dieta carnívora. As narinas estavam na parte de cima do focinho, uma característica normal em animais aquáticos, como os crocodilos modernos. Provavelmente vivia nas margens de lagos e rios.

A equipa continua as escavações no local onde o fóssil foi encontrado e espera encontrar mais material que permita saber mais sobre o período da emergência dos dinossauros, bem como sobre como os ecossistemas reagem após grandes eventos de extinção.

Fonte: DN

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