Noticia de 14 Maio de 2011
No contexto da procissão do Adeus, "é natural que pessoas mais emocionadas encontrem explicação num fenómeno religioso", mas trata-se apenas de um efeito atmosférico comum de dispersão de luz e nem sequer é de natureza astronómica, diz o director do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho. "Na nossa latitude, não é muito comum, mas também não é raro", nota o director científico do Instituto de Meteorologia, Pedro Viterbo.
A auréola observada - um halo, na terminologia científica - é provocada pela passagem de raios solares através de microcristais de gelo dos cirros - as nuvens esfarrapadas na alta atmosfera (mais de 20 quilómetros de altitude) - formando uma espécie de lente que dá o efeito circular à volta do Sol. É o chamado "disco de Airy" (em homenagem ao astronómo britânico do século XIX George Airy que descreveu o fenómeno), que pode ser observado também à noite em volta da Lua. Por causa da geometria (faces hexagonais) das partículas microscópicas, produz-se a difracção (mudança de direcção).
Este fenómeno óptico também produz a separação das cores - vermelho e azul - e é por isso que há quem pense tratar-se de um arco-íris, como aconteceu ontem na Cova da Iria. Mas só o vermelho se observa com mais facilidade, devido à falta de contraste do azul com a cor do céu.
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