quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A louça das marcas de topo da hotelaria e do café mundiais é made in Portugal

Carlos Teixeira, Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Porcelanas Costa Verde

Em Vagos, na mais moderna fábrica de porcelanas do mundo, é proibido sair depois da hora. Está cronometrada para produzir 11 milhões de peças/ano. 

O que é que uma terrina de um hotel Ritz-Carlton, um prato do Hilton e uma chávena da Nespresso têm em comum? Todos têm Vagos no bilhete de identidade. É na Porcelanas Costa Verde, em Aveiro, que se produzem, anualmente, 11 milhões de peças, das quais 75% são exportadas para todo o mundo. Foram precisos 25 anos para chegar ao topo, mas a empresa nunca pode deixar de “olhar para trás, para a concorrência”, refere o chairman Carlos Teixeira.

Com a génese ligada a um nicho que a Vista Alegre desprezou, em 1992 – as porcelanas para hotelaria -, a Porcelanas Costa Verde conseguiu afirmar-se mundialmente, contra a concorrência asiática, mantendo um hábil equilíbrio entre a produção contínua e em massa e um design inovador. 

Carlos Teixeira, Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Porcelanas Costa Verde

Carlos Teixeira, Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Porcelanas Costa Verde

Carlos Teixeira, Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Porcelanas Costa Verde

“O nosso forno contínuo de 70 metros está ligado 365 dias por ano, 24 horas por dia, portanto é bom que se mantenha a produzir”, aponta, admitindo que “nem todas as peças dão lucro”, mas algumas têm outro valor para a marca. Abriram alguns dos mais de 50 mercados em que a empresa vende, por exemplo. 

“Criar a marca Costa Verde não foi fácil. Começámos por lançar peças associadas a designers famosos e só assim é que começámos a vender em todo o mundo”, explica, recordando as primeiras linhas de hotelaria, há 16 anos, que hoje se encontram em cadeias como a Marriott, Crowne Plaza, Ritz-Carlton, Ramada, Hilton, entre muitas outras.

De forma semelhante, passaram a produzir as chávenas da Nespresso, da Nestlé e da Delta. 

Hoje, a Costa Verde já equivale a um carimbo de qualidade nas peças de porcelana feldspática que marca presença também no retalho mundial, como no El Corte Inglés, em Espanha; na John Lewis e Debenhams, em Inglaterra; na Habitat, na Austrália e Tasmânia, ou na Crate & Barrel, nos Estados Unidos. 

“Temos a fábrica de porcelanas mais moderna do mundo e temos orgulho em mostrá-la aos clientes que nos visitam desde que implementámos o método Kaisen”, revela Carlos Teixeira, que atribui à “mudança total” dos métodos de trabalho o mérito pelo aumento de negócios da Costa Verde.


“Antes, os trabalhadores tinham de ir aos fornos, na outra ponta da fábrica, buscar o material para trabalhar; agora, os fornos estão ao pé da linha e cada trabalhador sabe exatamente o que tem de fazer a cada minuto. Também na administração, as reuniões duram no máximo 30 minutos. Às 17.30 é obrigatório sair da empresa”, exemplifica. 

Os 325 trabalhadores, dos quais 280 são mulheres, recebem 1/3 dos dividendos anuais da empresa, entre outros benefícios, como o grupo de teatro ou as aulas de zumba. Outro 1/3 dos dividendos é distribuído pelos 47 acionistas e o restante é “todo investido na empresa” – este ano, um milhão de euros será destinado a painéis fotovoltaicos. 

Nos últimos quatro anos, a faturação cresceu 20% e deverá atingir 13,5 milhões este ano. 

“Somos líderes de mercado em Portugal e estamos a jogar na primeira liga em países tão importantes como os EUA, mas não podemos deixar de ino var – a cada três anos fazemos um restyling das linhas com peças novas – e de apostar em novos mercados.” 

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