Em Vagos, na mais moderna fábrica de porcelanas do mundo, é proibido sair depois da hora. Está cronometrada para produzir 11 milhões de peças/ano.
O que é que uma terrina de um hotel Ritz-Carlton, um prato do Hilton e uma chávena da Nespresso têm em comum? Todos têm Vagos no bilhete de identidade. É na Porcelanas Costa Verde, em Aveiro, que se produzem, anualmente, 11 milhões de peças, das quais 75% são exportadas para todo o mundo. Foram precisos 25 anos para chegar ao topo, mas a empresa nunca pode deixar de “olhar para trás, para a concorrência”, refere o chairman Carlos Teixeira.
Com a génese ligada a um nicho que a Vista Alegre desprezou, em 1992 – as porcelanas para hotelaria -, a Porcelanas Costa Verde conseguiu afirmar-se mundialmente, contra a concorrência asiática, mantendo um hábil equilíbrio entre a produção contínua e em massa e um design inovador.
“O nosso forno contínuo de 70 metros está ligado 365 dias por ano, 24 horas por dia, portanto é bom que se mantenha a produzir”, aponta, admitindo que “nem todas as peças dão lucro”, mas algumas têm outro valor para a marca. Abriram alguns dos mais de 50 mercados em que a empresa vende, por exemplo.
“Criar a marca Costa Verde não foi fácil. Começámos por lançar peças associadas a designers famosos e só assim é que começámos a vender em todo o mundo”, explica, recordando as primeiras linhas de hotelaria, há 16 anos, que hoje se encontram em cadeias como a Marriott, Crowne Plaza, Ritz-Carlton, Ramada, Hilton, entre muitas outras.
De forma semelhante, passaram a produzir as chávenas da Nespresso, da Nestlé e da Delta.
Hoje, a Costa Verde já equivale a um carimbo de qualidade nas peças de porcelana feldspática que marca presença também no retalho mundial, como no El Corte Inglés, em Espanha; na John Lewis e Debenhams, em Inglaterra; na Habitat, na Austrália e Tasmânia, ou na Crate & Barrel, nos Estados Unidos.
“Temos a fábrica de porcelanas mais moderna do mundo e temos orgulho em mostrá-la aos clientes que nos visitam desde que implementámos o método Kaisen”, revela Carlos Teixeira, que atribui à “mudança total” dos métodos de trabalho o mérito pelo aumento de negócios da Costa Verde.
“Antes, os trabalhadores tinham de ir aos fornos, na outra ponta da fábrica, buscar o material para trabalhar; agora, os fornos estão ao pé da linha e cada trabalhador sabe exatamente o que tem de fazer a cada minuto. Também na administração, as reuniões duram no máximo 30 minutos. Às 17.30 é obrigatório sair da empresa”, exemplifica.
Os 325 trabalhadores, dos quais 280 são mulheres, recebem 1/3 dos dividendos anuais da empresa, entre outros benefícios, como o grupo de teatro ou as aulas de zumba. Outro 1/3 dos dividendos é distribuído pelos 47 acionistas e o restante é “todo investido na empresa” – este ano, um milhão de euros será destinado a painéis fotovoltaicos.
Nos últimos quatro anos, a faturação cresceu 20% e deverá atingir 13,5 milhões este ano.
“Somos líderes de mercado em Portugal e estamos a jogar na primeira liga em países tão importantes como os EUA, mas não podemos deixar de ino var – a cada três anos fazemos um restyling das linhas com peças novas – e de apostar em novos mercados.”
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