quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Capacete inteligente para ciclistas


A Escola Profissional de Espinho criou um capacete inteligente que, em caso de queda ou de perda de consciência, envia um pedido de ajuda através do telemóvel.

O capacete tem um conjunto de sensores integrados que permitem controlar em tempo real o percurso do ciclista, explica Carlos Amorim, coordenador do projeto.

"Quando alguém se magoa ou cai poderá não estar consciente para pedir auxílio. O que isto resolve é em caso de queda e em que o ciclista fica inanimado, o sistema de emergência é disparado automaticamente e por georreferênciação. Indica o local exato onde está o ciclista, envia uma mensagem para os números definidos numa app, também criada por nós".

De acordo com os últimos dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, em 2015 foram registados 2025 acidentes com velocípedes, o que representa uma subida relativamente ao ano anterior e dá uma média de 5 acidentes por dia. Com um total de 17 vítimas mortais e 140 feridos graves.

O protótipo, criado pelo Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico da ESPE, aparentemente é um capacete normal, mas o exterior esconde um conjunto de sensores, incluindo um GPS, que permitem monitorizar, em tempo real, a localização e os movimentos do ciclista. Lino Ferreira é um dos alunos responsáveis pelo projeto.

"Dando um impacto entra no modo alerta e se quiser desativar, paro e carrego nos dois botões para desativar o sistema de emergência. Se passados uns segundos não for desativado as luzes acendem e entra em modo de envio de informação porbluethoot para a aplicação e daqui envia uma mensagem para os números pré-definidos. Enquanto isso, o capacete entra num estado de emergência para ser mais fácil encontrar".

As luzes azuis e vermelhas, colocadas na parte de trás do capacete, começam a piscar assim que é emitido o sinal de alerta. Também está prevista a situação de falso alarme. "Se o ciclista cair mas não ficar inconsciente, o capacete fica num estado de alerta que pode ser desativado e o ciclista continuar a viagem".

O capacete inteligente foi um dos finalistas do programa Ciência na Escola, ficou em segundo lugar no Prémio Fundação Ilídio Pinho. O sistema criado tem outras potencialidades.



"Podemos integrar este dispositivo em qualquer desporto que utilize capacete, desde Skate, motociclismo, snowboard... Por exemplo, muitas vezes perdem-se vidas em avalanches, porque não se encontram as pessoas debaixo da neve. Poderia ser mais rápido, cada minuto conta".

A Escola Profissional de Espinho procura um investidor, o protótipo pode ser trabalhado em duas versões: com todos os sensores integrados ou uma versão mais barata com apenas alguns sensores e ligação ao GPS do telemóvel. O Objetivo é vender o dispositivo, para que o ciclista possa comprar e aplicar no capacete.

A TSF também procurou dados junto da Federação Portuguesa de Ciclismo. Só no ano passado receberam 400 participações de ciclistas filiados e em cada 10 acidentes, 6 são decorrentes de queda, 3 de colisões e um devido a outros motivos. A Federação Portuguesa de Ciclismo sublinha que "há cada vez mais praticantes de ciclismo, mas com pouca experiência de circulação em estrada, o que agrava a tendência para um aumento da sinistralidade".

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