Duas estudantes de engenharia criaram o Poliway, uma liga cinco vezes mais resistente que o asfalto. Com componentes de plástico reciclado, dispensa o uso do piche e garante sustentabilidade e economia na pavimentação – sua fabricação seria até 16% mais barata com o reaproveitamento de embalagens descartáveis.
Samantha Karpe, 21, e Letícia Camargo Padilha, 22, foram ganhadoras na categoria Revelação do 21º Prémio Claudia, neste mês. Essa é uma das maiores iniciativas que reconhecem mulheres com projectos transformadores e de impacto da América Latina.
As jovens também já foram apresentar o projecto na Turquia, durante a feira DOESEF (Doganata Education Science Engineering Energy Project Fair). Em 2014, participaram do quadro Jovens Inventores, do programa da TV Globo Caldeirão do Huck e este ano foram convidadas para carregar a tocha olímpica na cidade de Camaquã.
“Fomos desafiadas a fazer pesquisa com algo inovador e com um bom resultado”, conta Letícia, que na época tinha 17 anos. Agora, elas precisam da parceria de uma empresa de asfalto para fazer o fabrico e conseguir testar o produto na via. “Lugar é o que mais tem, muita gente está querendo disponibilizar. Mas falta a máquina para fazer o processo e ver no teste de campo como [o Poliway] vai se comportar”, explica.
Por ser mais resistente, o produto tende a ter uma melhor rentabilidade, o que impacta na segurança dos motoristas. A estudante ainda ressalta “Não vai ter tantos buracos, por exemplo. A má qualidade do asfalto costuma causar acidentes de prejuízos materiais”.
Actualmente elas estão trabalhando no registo da marca e no desenvolvimento do plano de negócios. “A principal mensagem do prémio foi ver que as mulheres podem mudar o mundo, por mais que nós precisamos ainda lutar por muitos direitos”.
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