segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"Luzes de terramoto" vistas nos céus da Nova Zelândia durante o sismo


As causas deste fenómeno luminoso não são fáceis de explicar e não há consenso

Vários vídeos partilhados nas últimas horas mostram o que parece ser um fenómeno conhecido como "luzes de terramoto" nos céus da Nova Zelândia, durante o sismo de magnitude 7,8 que ontem abalou o país. "Durante o pico do tremor o céu começou a ficar iluminado", conta Zachary Bell no YouTube. outro vídeo mostra o mesmo fenómeno.

Mas o que são as "luzes de terramoto" ou EQL (do inglês "Earth Quake Light")? Segundo o serviço geológico norte-americano(USGS), trata-se de um fenómeno luminoso associado a sismos e que recebe este nome quando se pensa ser um efeito de "algum processo físico associado à rutura sísmica ou propagação das ondas sísmicas".

No entanto, os geofísicos duvidam muitas vezes dos relatos, ressalva o USGS. Mas há vários: há relatos de que segundos antes do sismo de Aquila (Itália) em 2009 foram vistas luzes; também há relatos de luzes antes do grande terramoto de São Francisco, em 1906, só para dar dois exemplos, dos muitos conhecidos.

As causas não são fáceis de explicar e não há consenso. Um artigo na revista científica Seismological Research Letters em 2014 salientava que desde o século XIX que muitos estudiosos dedicaram tempo a perceber este fenómeno e que o tentaram explicar com teorias sobre disrupções no campo magnético da terra ou sobre o efeito da compressão de algumas rochas, como as ricas em quartzo.

Os autores do estudo propuseram outra explicação: quando algumas rochas são colocadas sob stress, as cargas elétricas são ativadas, como se se ligasse uma bateria na crosta terrestre, e as descargas rompem à superfície originado as chamadas "luzes de terramoto".

As condições para a ocorrência deste tipo de fenómenos existem em menos de 0,5% dos sismos registados em todo o mundo, estimam os cientistas, o que faz com que seja relativamente raro. As luzes podem aparecer antes ou durante os sismos, segundo os autores deste estudo.


Fonte: DN

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