segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O naufrágio que “envergonha” o Titanic e ninguém fala

Na II Guerra Mundial, o Wilhelm Gustloff foi utilizado para resgatar refugiados que tentavam fugir dos avanços soviéticos, partindo de Gotenhafen (atual Gdynia, na Polónia), rumo ao norte
A maioria das pessoas considera o Titanic o maior naufrágio da história, mas 30 de janeiro de 1945 ficou marcado por um bem maior. O navio nazi Wilhelm Gustloff afundou e fez seis vezes mais mortes.

A maioria das pessoas admite, sem hesitar, que o maior naufrágio da história foi protagonizado pelo Titanic, no ano de 1912. No entanto, o dia 30 de janeiro de 1945 ficou marcado por uma tragédia bem maior. Há precisamente 72 anos, o navio nazi Wilhelm Gustloff foi atingido por três explosivos de um submarino soviético e acabou por se afundar no Mar Báltico com, pelo menos, 9 mil refugiados a bordo, seis vezes mais do que o número de mortes registado pelo afundamento do Titanic. Contudo, este dia acabou por ficar esquecido e a história é do conhecimento de poucas pessoas. Afinal, porque é que uma calamidade como esta não teve o reconhecimento que devia? O El Español admite que poderá ter sido por ter ocorrido durante a II Guerra Mundial, com nenhum dos lados interessado que o caso viesse a conhecer.

O Wilhelm Gustloff, lançado ao mar em 1938 e batizado em homenagem a um líder nazi assassinado em 1936, era um navio de cruzeiro que todos conheciam na época. Mas rapidamente se transformou na última esperança de escapar da morte. Nos últimos meses da guerra foi utilizado para resgatar refugiados que tentavam fugir dos avanços soviéticos, partindo de Gotenhafen (atual Gdynia, na Polónia), rumo ao norte. Apesar da sua capacidade ser apenas para 1.500 passageiros e 500 tripulantes, o caos que reinava na cidade polaca acabou por levar para o navio uma massa de pessoas impossível de contabilizar. Testemunhos dizem que seguiriam a bordo pelo menos 10 mil pessoas, incluindo cerca de mil oficiais e marinheiros, 300 órgãos auxiliares do corpo feminino da Armada e, pelo menos, 4 mil crianças.

Um grupo de mulheres a bordo do Wilhelm Gustloff a fazer a saudação de Hitler

Mesmo tendo recebido a escolta de um outro barco, o Gustloff acabou por ser atingido por três torpedos lançados por um submarino soviético. O primeiro projétil atingiu a proa, o segundo destruiu a piscina coberta do navio que abrigava as assistentes da Armada e o terceiro foi fatal: atingiu a casa das máquinas e deixou o navio impossível de governar.

O navio alemão antes de afundar

A partir daí, foram 50 longos minutos de luta para a sobrevivência, mas com um número irrisório de salva-vidas a bordo e com o termómetro a marcar 20 graus negativos, as hipóteses de escapar eram quase nulas. Houve até quem disparasse contra as próprias famílias para lhes poupar a morte por afogamento e hipotermia, conta o El Español.

Na sequência desta catástrofe, os últimos registos dão conta de 9.343 mortes, cerca de 7.843 a mais do que no Titanic.

Ao todo, cerca de 30 mil pessoas morreram durante o naufrágio de navios alemães ao longo das incontáveis evacuações no Mar Báltico.

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