sexta-feira, 21 de abril de 2017

Astrónomos encontram 'sanduíche' gigantesca na constelação de Orion

Formação da estrela HH 212 na constelação de Orion

Planetólogos encontraram uma estrela recém-nascida, que se formou há somente 40 mil anos, e conseguiram fotografar uma "sanduíche" de pó e gás que a rodeia, diz o artigo publicado na revista Science Advances.

"Ficamos muito satisfeitos por conseguir estudar detalhadamente e observar elementos menores na estrutura do disco jovem de acreção [uma acumulação de matéria na superfície de um astro, proveniente do meio circundante]. Há muitas décadas estávamos procurando traços semelhantes à fase de formação de estrela o que poderia nos ajudar a entender como a matéria no determinado ‘sanduíche' modela novos astros e planetas", revela Chin-Fei Lee, pesquisador do Instituto de Astronomia e Astrofísica de Taipé (Taiwan).

Como acreditam os cientistas hoje em dia, todas as estrelas e planetas nascem em névoas frias e gasosas, cheias de hidrogénio neutral, hélio e pó. Ali, o gás é acumulado, formando, assim, os "embriões" estelares.

Dentro deles, os gases e pó são transformados, pouco a pouco, numa "panqueca" plana, que seria o disco de acreção, onde no centro dele são formadas as estrelas, já em suas beiradas — os planetas. Todavia não se sabe como o disco em questão é formado, pois eles nascem em questão de segundos na escala universal e sua existência é muito longa.

Chin-Fei Lee e seus colegas investigaram a névoa L1630 na constelação de Orion, onde se encontra uma das maiores "creches para estrelas" da Via Láctea. De acordo com as fotos, o disco em questão não parece nada com panqueca, pois definitivamente é um sanduíche.

E é neste sanduíche onde milhares de estrelas surgem, informa a Science Advances. Os cientistas esperavam que pelo menos uma delas fosse bastante nova para possuir disco primário de acreção.

Ao observar os astros com ajuda do rádio observatório chileno ALMA, cientistas encontraram a jovem estrela de 40 mil anos — HH 212, que se encontra a 1.300 anos-luz da Terra, facilitando o estudo dos estudiosos.

Apesar das esperanças dos planetólogos, o disco de acreção representa não uma estrutura esférica sem ressaltos, mas um "sanduíche" peculiar de três partes — dois "pãezinhos" ovais compostos por matéria descarregada, que rodeiam a estrela, e o assim chamado "hambúrguer", a camada fria de gás e pó entre os pães.

Pouco a pouco, a estrela "come" esse hambúrguer especial, sugando a matéria e condensando a parte central do disco. Com o tempo, a densidade da matéria acumulada atinge condições favoráveis para o surgimento de um planeta, assim HH 212 adquire alguns satélites.

Todavia, é cedo para concluir se tais estruturas são comuns em todas as estrelas ou se a HH 212 é uma excepção. Mas os cientistas esperam descobrir outros discos de acreção para encontrar respostas e entender como nasceu o Sol e outros planetas.


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