terça-feira, 23 de maio de 2017

Começou a corrida ao “petróleo branco” (e Portugal é uma potência mundial)

Empresa australiana Dakota Minerals faz prospecção de lítio em Portugal.

Portugal está entre os dez maiores produtores mundiais do chamado “petróleo branco”, o lítio, cujo valor económico vem sendo incrementado pela emergência dos carros eléctricos, e já há vários pedidos para exploração deste mineral no nosso país.

O jornal Público dá conta de 30 requerimentos endereçados ao Governo para exploração do lítio, mas esse número aumenta para 46 pedidos, contando com a prospecção e pesquisa do mineral que pode ser usado para a produção de baterias para carros eléctricos e para telemóveis.

Estamos a falar de um investimento global previsível da ordem dos 3,8 milhões de euros, conforme dados do Expresso, que ilustra bem o interesse que as empresas estrangeiras têm neste metal que é visto como o “petróleo branco”, pelo seu potencial económico e como alternativa amiga do ambiente.

Portugal é rico em lítio desde o Alto Minho à Beira Baixa, passando por Trás-os-Montes, onde a empresa australiana Dakota Minerals já procede a trabalhos de extracção.

Há também um movimento que procura convencer a Tesla a instalar-se em Portugal, um cenário que se vier a consumar-se pode dar um empurrão decisivo ao negócio do lítio no país, uma vez que estamos a falar de um dos principais fabricantes de veículos eléctricos do mundo.

Técnicos aconselham Governo a apostar no lítio

O Grupo de Trabalho “Lítio” (GT), constituído em Dezembro para avaliar a possibilidade de produção em Portugal, propõe ao Governo um programa de fomento mineiro que teste tecnologia e demonstre o potencial industrial deste metal, financiado por programas financeiros como o COMPETE ou outros.

De acordo com o relatório a que a Lusa teve acesso, o GT defende além da avaliação dos recursos minerais litiníferos do país, a implementação de uma unidade experimental minero-metalúrgica com o objectivo de desenvolver conhecimento e testar tecnologias para toda a cadeia de valorização destes recursos, que deverão ter um aumento “exponencial” com o crescimento da mobilidade eléctrica.

O grupo também refere a importância da constituição de uma unidade piloto de demonstração industrial para perceber a viabilidade económica da cadeia de valor e não se limitar à prospecção e exploração de lítio, mas à sua utilização, o que, se os resultados económicos forem promissores, “evoluirá para uma fase de investimento industrial”.

O relatório técnico foi solicitado em 2016 pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, contando com a avaliação dos organismos públicos que intervêm no sector mineiro, designadamente a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), a Assimagra – Recursos Minerais e a Associação Nacional das Indústrias Extractivas e Transformadoras (ANIET).

As conclusões retiradas deixam antever que “Portugal pode assumir, nas próximas décadas, um papel de destaque no panorama mundial de produção de lítio“, conforme aponta o Público.

Este diário atesta que Portugal é considerado “uma potência” neste domínio, integrando “o top dez dos maiores produtores mundiais de lítio“, lista que é dominada por Chile, Austrália, Argentina e China.

O grande desafio do país, considerando ainda que a extracção de lítio como a que se faz em Portugal é mais cara, é definir um processo que rentabilize a transformação do lítio, permitindo a pureza de 99,5% que é necessária para a construção de baterias de veículos eléctricos, conforme sustenta o Público.

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