quinta-feira, 18 de maio de 2017

Exoplaneta Trappist-1 é a principal aposta dos cientistas para encontrar vida extraterrestre


Novos dados sobre a atmosfera de um dos exoplanetas do sistema Trappist-1 levam cientistas a crer que podem encontrar vida extraterrestre nesse corpo. Certezas só em 2018 com novo telescópio da NASA.

Um dos exoplanetas do sistema Trappist-1 pode ter uma atmosfera que o envolve há milhões de milhões de anos. Trappist-1g é um dos planetas com tamanho semelhante à Terra que orbitam uma estrela vermelha da constelação de Aquário e cujo sistema de sete planetas foi descoberto em fevereiro deste ano. 

Já se sabia que este planeta orbita a estrela, Trappist-1, na chamada zona de habitabilidade, o que significa que tem uma temperatura e níveis de radiação ideais para permitir a existência de água no estado líquido à superfície. Novos dados que apontam para a existência de uma atmosfera em redor do planeta fazem de Trappist-1g a principal aposta dos cientistas sobre onde encontrar vida extraterrestre. 

Mas para ter mais certezas sobre a existência dessa atmosfera, há que esperar pelo lançamento do Telescópio Espacial James Webb da NASA, previsto para 2018.

Assim como a vida complexa na Terra depende da existência de uma atmosfera com uma quantidade exata de determinados gases (como o oxigénio ou o azoto) e que consiga persistir ao longo de milhões de anos, também a composição e o equilíbrio de uma atmosfera em Trappist-1g é condição imprescindível para encontrar vida extraterrestre neste mundo a 39 anos-luz do Sistema Solar. 

Enquanto esperam pelo lançamento do telescópio da NASA, os cientistas recorreram a modelos virtuais do sistema Trappist-1 para descobrir se havia planetas em redor dessa estrela que teriam uma atmosfera pouco estável. 

Tendo em conta os ventos estelares (partículas altamente energéticas espalhadas pela estrela) e o seu efeito nos sete planetas da zona de habitabilidade, os cientistas conseguiram tirar algumas conclusões.

Descobriram que as atmosferas dos outros planetas da zona de habitabilidade de Trappist-1 não conseguem sobreviver aos ventos estelares porque são muito mais densos e velozes do que os provocados pelo Sol. 

O Trappist-1b, o primeiro dos planetas, é atingido por ventos estelares mil a dez mil vezes mais fortes que os que atingem a Terra. Uns poucos milhões de anos bastariam para destruir as atmosferas dos primeiros planetas em redor da Trappist-1. 

O sexto exoplaneta, Trappist-1g, fugia à regra: está suficientemente longe para manter uma atmosfera resistentes aos ventos estelares, mas suficientemente perto para ter uma temperatura amena que permita a existência de água em estado líquido à superfície (o sétimo planeta, Trappist-1f, é demasiado frio e também não suportaria vida — já está demasiado distante da estrela).

No estudo submetido na Biblioteca da Universidade Cornell, os cientistas explicam que “os planetas exteriores do sistema Trappist-1, que devem manter as suas atmosferas por períodos mais longos, podem, portanto, suportar biosferas mais complexas”. 

Mas isso depende de muitos fatores. Por exemplo, espera-se que as atmosferas dos planetas do sistema Trappist-1 sejam mais densas quanto mais longe estiverem da estrela, por isso é preciso entender se a atmosfera de Trappist-1g não é densa demais.

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