Cientistas dizem que pode nunca existir vida noutros planetas

Estudo diz que a Terra tem condições únicas que lhe permitem ter água em estado líquido mas os outros planetas não

Cientistas anunciaram esta segunda-feira que outros planetas podem nunca vir a ser habitáveis, já que o planeta Terra é excecional na sua capacidade de ter água em estado líquido, ingrediente fundamental para a existência de vida.

A comunidade científica acreditava que poderia vir a encontrar vida em planetas que orbitassem estrelas - como o nosso sol - e estivessem na zona habitável, uma área onde o nível de radiação é o suficiente para não ferver nem congelar os oceanos.

De acordo com esta teoria, a Europa - a lua de Júpiter-, o Encélado - a lua de Saturno -, e alguns exoplanetas de outros sistemas solares poderiam vir a ter vida.

Uma equipa de cientistas veio revelar que este cenário é pouco provável, num estudo publicado esta segunda-feira na Nature Geoscience, segundo a AFP.

Jun Yang e Yongyun Hu, da Universidade de Pequim, na China, e a restante equipa usaram modelos climáticos para simular a evolução dos planetas.

A conclusão foi que, sem os gases do efeito de estufa existentes na Terra, a energia necessária para aquecer um planeta iria fazê-lo passar de um astro gelado para um astro demasiado quente, sem fase intermédia. É na fase intermédia, em que as temperaturas são amenas e existe água em estado líquido, que pode surgir a vida.

Seguindo este modelo, Europa e Encélado iriam passar de bolas de gelo para bolas de fogo quando o sol atingisse a sua fase mais quente, daqui a milhares de milhões de anos, segundo a equipa.

A Terra também era um planeta gelado e a sua temperatura aqueceu há 600-800 milhões de anos graças aos gases de efeito de estufa emitidos pelas erupções vulcânicas. Logo, foi necessária menos energia solar para descongelar o planeta e a Terra conseguiu ter a temperatura ideal para o aparecimento de vida.

Os cientistas dizem ainda que os gases do efeito de estufa presentes na atmosfera ajudam a manter o planeta quente o suficiente para a população, animais e plantas sobreviverem.

Fonte: DN