quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Cientistas criam réplica virtual de caverna submarina mexicana


Para evitar eventuais pilhagens, a localização exata da caverna submarina de Hoyo Negro nunca foi revelada

Os cientistas vão poder "mergulhar virtualmente" na gruta submarina de Hoyo Negro, no México, onde em 2011 foi descoberto um esqueleto com 13 mil anos, o mais antigo das Américas, revelaram hoje as autoridades mexicanas.

Os responsáveis pelo achado anunciaram hoje que foi criada uma réplica em alta definição em três dimensões da gruta, uma cavidade subaquática com 62 metros de diâmetro e 55 de profundidade.

O projeto foi apresentado na Cidade do México por Alberto Nava, Alejandro Alvarez e Franco Attolini, o trio de investigadores que descobriu o esqueleto, batizado como Nina, em homenagem à ninfa das águas, que representa um marco no estudo sobre a origem do homem americano.

Segundo responsáveis do Instituto Nacional de Antropologia e de História, o esqueleto pertence a uma menina que tinha entre 15 e 16 anos. Com base em estudos de datação por radiocarbono feitos no esmalte dentário do esqueleto e em análises dos depósitos minerais nos seus ossos, os pesquisadores concluíram que Nina tem, pelo menos, 13.000 anos.

A descoberta ocorreu num conjunto de cavernas mexicanas denominado Sac Actun, na costa da Península de Iucatão, acessível apenas a mergulhadores. Para evitar eventuais pilhagens, a localização exata de Hoyo Negro nunca foi revelada.

Ao lado do esqueleto de Naia foram encontrados ossos de grandes mamíferos, entretanto extintos, como é o caso do tigre de dentes de sabre. Os pesquisadores acreditam que pessoas e animais caíram nessa caverna, que se tornou submersa há cerca de 10.000 anos, com o derretimento de glaciares.

A análise da anatomia do esqueleto, conduzida pelo antropólogo forense americano, James Chatters, da empresa Applied Paleoscience, deixou clara a semelhança entre Naia e os paleoamericanos, como são conhecidos os primeiros habitantes do continente.

Os traços, que lembram os de africanos e aborígenes australianos, são usados como argumento por quem defende que as Américas foram povoadas por pelo menos duas ondas migratórias distintas. A segunda corresponderia aos ancestrais dos índios de hoje, com traços típicos dos habitantes atuais do Extremo Oriente.

Fonte: DN

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