Um estudo italiano explica como é que adicionar grafeno e nanotubos de carbono à água potável de uma aranha permite que ela produza seda normalmente, mas cinco vezes mais forte do que o normal.
As teias de aranha são, por si só, materiais bastante fortes, mas em breve podem vir a suportar o peso de uma pessoa.
Num recente estudo italiano, os cientistas explicam como adicionaram grafeno e nanotubos de carbono à água potável de uma aranha, permitindo que ela produzisse seda normalmente, mas cinco vezes mais forte do que o normal.
O material resultante assemelha-se, em força, a fibras puras de carbono e Kevlar, os materiais mais resistentes da Terra.
“Sabemos que existem biominerais presentes nas matrizes de proteínas e nos tecidos duros de insetos, o que lhes dá alta resistência e dureza nas mandíbulas e nos dentes, por exemplo”, disse o professor de Ciência dos Materiais Nicola Pugno, da Universidade de Trento, ao The Sydney Morning Herald.
Modelo da estrutura do grafeno
“Por isso, o nosso estudo analisou se as propriedades da seda de aranha poderiam ser ‘aprimoradas’ ao incorporar artificialmente vários nanomateriais diferentes nas suas estruturas de proteínas biológicas”, acrescentou Pugno, um dos autores do estudo, que foi publicado no dia 14 de agosto na revista “2D Materials”.
A teia melhorada ainda está nas primeiras fases de teste, e os resultados de Pugno e da sua equipa são derivados de apenas uma pequena quantidade de seda, por isso, mais estudos serão necessários.
Se tudo correr como esperado, no entanto, a pesquisa pode eventualmente levar a um material incrível usado para fazer paraquedas, cordas, cabos e muito mais. E essas são apenas algumas das aplicações potenciais do estudo. Pugno também acredita que o processo pode eventualmente ser aplicado a outras criaturas além das aranhas.
Independentemente das aplicações potenciais do trabalho italiano, fornece-nos mais um exemplo da versatilidade do grafeno. Já passaram anos desde que pesquisas mostram as inúmeras possibilidades das propriedades do material.
Só no último mês, o grafeno foi usado para fazer “tatuagens” usadas para fins de rastreamento de saúde, para construir borrachas inquebráveis e ainda para fazer os eletrões fluírem como a água.
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