terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Descoberta gravura mais antiga de uma supernova

 
 
Parece a representação de uma cena de caça, mas será o mais antigo mapa do céu

Dois objetos brilhantes no céu, animais e seres humanos por baixo. Aquela que será a representação mais antiga de uma supernova foi descoberta na Índia por um grupo de cientistas do Tata Institute of Fundamental Research. Trata-se de uma gravura feita numa rocha que, embora à primeira vista pareça uma cena de caça, corresponderá ao mapa do céu mais antigo da história. Segundo os investigadores, terá sido feito em 3400 a.C.
 
De acordo com o site Quartz, a descoberta foi realizada em Burzahama, região de Caxemira, e tudo indica que diz respeito ao mais antigo registo de uma supernova, um evento que acontece no fim de vida de uma estrela massiva e que se caracteriza por uma explosão que emite grandes quantidades de energia e luz.

Segundo o astrofísico Mayank Vahia, que liderou a investigação, a rocha estava enterrada na parede de uma casa datada de 2100 a.C.. Como a construção mais antiga naquela região data de 4100 a.C., os cientistas acreditam que a representação terá sido feita entre os dois milénios, já que a pedra foi usada para construir essa nova habitação onde foi encontrada.

De acordo com o artigo científico, publicado no Indian Journal of History of Science, não podiam ser dois sóis nem tão-pouco o Sol e a Lua, porque nunca aparecem tão juntos. Restava apenas uma explicação para o achado: uma supernova, tão brilhante como o Sol ou a Lua.
 
Como as supernovas continuam a libertar energia durante milhares de anos, os cientistas têm a possibilidade de calcular quando se terá dado a explosão. Neste caso, terá sido visível na Terra por volta de 3600 a.C. e terá surgido como uma bola brilhante, não exatamente redonda, um pouco menos brilhante do que a Lua cheia: supernova HB9. 
 
E embora à primeira vista a gravura possa parecer uma cena de caça, não o é, pois esta é uma atividade diurna. Além disso, os animais e seres humanos encaixam nas constelações que cercavam a supernova. Ou seja, este será, segundo os investigadores, o mapa do céu mais antigo já registado.

Falta confirmação

Até agora, este foi o único exemplar encontrado pelo cientista Mayank Vahia, que já estudou várias peças de arte rupestre da região, mas nenhum outro mapa do céu. Segundo o Quartz, se as pessoas daquela região desenharam a supernova, é muito provável que tenham feito representações de outros eventos celestiais, pelo que o investigador terá de encontrar mais gravuras rupestres para conseguir provar que aquela é mesmo a mais antiga supernova e não apenas uma coincidência.
 
Fonte: DN

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