Na Bíblia consta que a Arca de Noé se estabeleceu nas montanhas turcas de Ararate no 150º dia do dilúvio. Agora, um explorador norte-americano afirma que, em breve, revelará provas de que a Arca de Noé está na Turquia.
Em 2010, um grupo de exploradores cristãos afirmou ter encontrado vestígios do navio bíblico na montanha. Contudo, a pesquisa foi descartada por especialistas, segundo os quais não há provas reais de que a alegação correspondesse à verdade.
Agora, uma expedição norte-americana está a trabalhar na mesma região e acredita ter novas provas de que os restos da Arca de Noé se encontram no local, conhecido como a “Anomalia do Ararate”.
A comunidade científica recebeu esta nova reivindicação com algum entusiasmo, durante um Simpósio Internacional que juntou mais de 100 especialistas de todo o mundo, durante três dias, no Monte Ararate, na Turquia.
Raul Esperante, professor do Geoscience Research Institute, que pertence à Igreja Adventista dos EUA, disse que o objetivo é “visitar os sítios em torno da montanha com o objetivo de encontrar pistas sobre eventos catastróficos do passado”.
A expedição norte-americana, liderada por Esperante, está a trabalhar na mesma região mas não exatamente no mesmo sítio onde, em 2010, um grupo de arqueólogos chineses e turcos afirmaram ter desenterrado a Arca de Noé.
“Temos recursos técnicos e estamos dispostos a trabalhar com especialistas locais”, afirma Esperante, deixando claro que “é necessário um trabalho científico rigoroso” sobre este tema.
De acordo com o Express, o arqueólogo afirma no seu site que o seu principal objetivo é “descobrir e partilhar uma compreensão da natureza e o seu relacionamento com a Bíblia”.
Oktay Belli, professor e arqueólogo da Universidade de Istambul e membro do Instituto Turco de História Antiga, concorda com Esperante e está convencido de que “a Arca de Noé e o Dilúvio não são um mito, mas sim um evento real, mencionado em diferentes livros sagrados”.
Já Andrew Snelling, cientista cristão que trabalha com o ministério Answers In Genesis, explica que “vários cientistas procuraram pela arca e a maioria deles concentraram-se no Monte Ararate, onde se sabe que existe uma estrutura de madeira enterrada sob toneladas de sedimentos”.
No entanto, assegura que a dificuldade de encontrar provas inequívocas pode ser uma consequência de uma interpretação errada. “O dilúvio foi uma catástrofe global que mudou totalmente a geologia da Terra, e a superfície do planeta continuou a mudar desde então. Talvez a geologia do local não permita que achemos os restos da Arca de Noé.”
Esperante afirma que é preciso ter em atenção que o Monte Ararate é uma estrutura vulcânica e que existem camadas de lava e cinza datados da época posterior à do Dilúvio.
“O monte Ararate é um vulcão “pós-diluviano”, que continuou a entrar em erupção. Como geólogo bíblico não espero encontrar a Arca de Noé no alto do Monte Ararate, mas há outras evidências circunjacentes”, explica.
O geólogo garante que o resultado das descobertas será publicado em breve, mas diz ser ainda muito cedo para dar uma palavra final. “Quando a comunidade científica reconhecer a existência da Arca de Noé no Monte Ararate, podemos disponibilizar tudo que encontramos ao público em geral”, conclui.
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