quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Canadiana Nautilus pede ao Governo luz verde para explorar minas nos Açores

O processo de concessão já está em curso. Na mira desta multinacional estão potenciais reservas de cobre, zinco, chumbo, prata ou ouro.
O grupo canadiano Nautilus Minerals está a tentar obter aprovação das autoridades portuguesas para explorar recursos minerais ao largo da costa dos Açores. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da empresa confirma que já foi expresso a Portugal o interesse no mar dos Açores.
"Nesta fase, é apenas uma manifestação de interesse que terá de passar por um processo de concessão normal", salientou a mesma fonte. Na mira da Nautilus Minerals estão potenciais reservas de cobre, zinco, chumbo, prata ou ouro.
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A liderar um dos maiores projectos mundiais nesta área de negócios, localizado na Papua Nova Guiné, a Nautilus Minerals procura, há vários anos, "fazer prospecção de minerais no mar do Açores sem conseguir obter autorização do Governo Regional", afirmou recentemente Félix Ribeiro, especialista em planeamento e geoestratégia, num encontro promovido pelo Instituto de Defesa Nacional sobre segurança energética. "Agora parece que vai, finalmente, obtê-la", acrescentou.
Já fonte oficial do Ministério da Economia esclarece que "o processo de atribuição de uma concessão de prospecção e pesquisa para seis áreas ao largo dos Açores encontra-se em curso, estando a seguir os trâmites normais neste tipo de processos, em estreita ligação com o Governo Regional dos Açores.
O Executivo central já tinha feito saber que irá, não só lançar novas concessões para prospecção e exploração de petróleo, gás natural, como de recursos minerais que possam existir nas águas portuguesas.
Este cenário está previsto nas medidas estratégicas traçadas para 2013, no âmbito do investimento e reindustrialização da economia nacional (ver texto ao lado).
"O Governo continuará a apostar fortemente nesta área, estando o lançamento de novas concessões dependente de análise técnica por parte dos serviços competentes e demonstração de interesse de eventuais interessados", confirmou fonte oficial do Ministério da Economia.
A revisão do regime legal relativo ao licenciamento de concessões de explorações minerais e de petróleo e gás de acordo com as melhores práticas internacionais é outro dos objectivos definidos.
Em linha está também a aprovação de uma nova legislação que simplifique os procedimentos legais e burocráticos necessários à agilização dos investimentos na prospecção, pesquisa, exploração e desenvolvimento dos recursos minerais.
Outro dos grandes defensores da exploração dos recursos nacionais é António Costa e Silva, presidente da Partex Oil&Gas. "O problema do País não é de escassez de recursos, é de escassez de inteligência", afirmou o gestor, referindo-se às oportunidades que o País pode explorar.
O presidente executivo da Partex Oil & Gas afirmou que, dos 118 elementos químicos da tabela periódica de Mendeleiev, 26 estão em risco de esgotamento nas jazidas em terra, apontando para as inúmeras possibilidades existentes no mar. E acrescentou que, em 2013, "entrará em produção a primeira mina submarina de níquel cobalto ao largo da Papua-Nova Guiné", a cargo da Nautilus Minerals. O projecto está localizado a 1.600 metros de profundidade.
É neste contexto que António Costa e Silva inclui também o ‘shale gas' e o ‘shale oil', recursos que são actualmente responsáveis pela reindustrialização dos Estados Unidos e que vão pesar fortemente na redefinição da geoestratégia mundial. "O hemisfério Ocidental pode ser, pela primeira vez, auto-suficiente", argumentou António Costa Silva, salientando que a Europa, incluindo Portugal, tem de aproveitar os recursos que possui nesta área, alertando que, segundo o Centro de Energia da Universidade de Oxford, há grandes potencialidades da Bacia Lusitana de ter ‘shale gas'.
O responsável da Partex referiu que as previsões apontam para a existência de reservas de300 mil milhões de barris de ‘light thight oil' (LTO) e 800 mil milhões de barris de ‘shale oil' na Bacia Atlântica.
Fonte: Economico

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