"É um drama que se está a viver. O que é mau para
a PSP, porque se reflete no trabalho", diz presidente da associação
sindical da polícia.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP)
disse hoje que os problemas financeiros do polícias têm um "impacto muito
negativo" na missão da PSP, devendo os Serviços Sociais da PSP assumir
como prioritário o seu apoio.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP, Paulo
Rodrigues, não se mostrou surpreendido com o aumento do número de polícias que
pediram ajuda ao gabinete de ação social dos Serviços Sociais da PSP (SSPSP),
uma vez que muitos deles são aconselhados pelo sindicato a recorrem a este
serviço.
Número de polícias a pedir ajuda quase duplicou
Dados divulgados à Lusa indicam que quase duplicou o número
de polícias que pediram ajuda ao gabinete de ação social dos SSPSP, tendo
passado de 156 em 2011 para 299 este ano.
A maioria dos polícias chega com problemas económicos e
solicita ajuda para reorganizar as suas contas familiares.
"Não estranho estes valores", disse Paulo
Rodrigues, adiantando que podem ser muitos mais os polícias com problemas
financeiros, dado alguns "têm dificuldades em dar cara e só pedem apoio
quando estão no limite".
Os problemas económicos dos polícias levou também a ASPP a
abrir este ano um gabinete de ação social para apoiar os polícias em
dificuldades e orientá-los financeiramente.
"É um drama que se está a viver. As dificuldades
económicas são visíveis em todas as categorias de polícias. O que é mau para a
PSP, porque se reflete no trabalho", afirmou.
O presidente do sindicato mais representativo da Polícia
estima que em 2013 possa aumentar os casos de polícias com problemas
económicas, porque contraíram empréstimos de acordo com o orçamento mensal e os
salários vão baixar, juntando ainda, em muitos casos, ao despedimento do
cônjuge.
Nesse sentido, Paulo Rodrigues considerou que os serviços
sociais da PSP devem assumir "como prioritário", no próximo ano, o
apoio aos polícias com problemas económicos, tendo em conta que esta situação
tem um "impacto muito negativo" na missão da PSP.
O presidente da ASPP disse ainda que tem conhecimento que os
serviços sociais da PSP "não têm conseguido dar respostas a todas as
situações", optando pelos casos "mais prioritários".
Daí, ter considerado "importante e necessário" a
criação nos SSPSP de um gabinete de apoio ao endividamento para ajudar os
polícias na gestão do seu orçamento.
Os Serviços Sociais da PSP reforçaram este ano em 1,5
milhões de euros a verba para concessão de empréstimos aos polícias com
problemas financeiros, disse à agência Lusa secretário-geral dos SSPSP.
O superintendente Jorge Cabrita adiantou que este ano foi
feito um reforço de 1,5 milhões de euros "para fazer face às
necessidades", sendo de 3,2 milhões de euros o total do valor para empréstimos
de curto, médio e longo prazo.
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