12 Dezembro 2012 [Opinião]
Já sabíamos que não tínhamos grandes líderes europeus.
Agora também ficamos a saber que estamos entregues a uma mediocridade sem limites.
Os políticos por esta Europa fora têm demonstrado uma enorme incompetência para resolver a crise que assola a zona euro, sendo desoladora a incapacidade dessa gente para enfrentar os desafios europeus.
O caso das facilidades concedidas à Grécia e a possibilidade de Portugal beneficiar das mesmas condições foi um louvar a Deus.
O Presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, deu o pontapé de saída, garantindo que o nosso país teria as mesmas condições.
O ministro da lentidão gramatical, Vitor Gaspar, veio a seguir ufanar-se da conquista.
O seu ajudante, Passos Coelho, corroborou as mesmas compensações.
Mas eis que a França (a tal do socialista D. Sebastião!) e a Alemanha (matriarca dos restantes), põem ponto de ordem e obrigam toda a gente a recolher à gruta.
E não é que os primitivos ajoelham-se e ainda têm o descaramento de praticar uma cambalhota, dando o dito por não dito?
As explicações, à base de um alegado mal entendido, são de um ridículo atroz, ao ponto do correligionário de Passos Coelho, o ex-líder do PSD, Marques Mendes, acusar Vitor Gaspar de fazer dos portugueses “um conjunto de atrasados mentais que não são capazes de perceber as coisas”.
A bagunçada que vai no governo da república é de tal ordem, que nem os ministros e seus incompetentes conselheiros sabem disfarçar o ridículo da soberania.
Um dia é o problema do quarto escuro, no outro são os focos das luzes, a seguir são as câmaras de televisão, depois é a má interpretação dos jornalistas, um problema de semântica... enfim, uma grande trapalhada.
É preciso ter lata.
Vitor Gaspar, com aquela cadência de tambor funerário, desferiu a zombaria: “Todas as informações que foram feitas pelos responsáveis políticos, certamente pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, são afirmações que estão inteiramente correctas e que foram descontextualizadas de forma pouco cuidadosa por alguma informação”.
Marques Mendes respondeu-lhe: “Está a gozar com o pagode”!
E eu subscrevo. E até acho que o homem não só nos está gozar com a maior da desfaçatez, como é capaz de amanhã afirmar que os portugueses são todos ricos e devem descontar pela mesma bitola...
É este o governo que nos governa.
Estamos entregues a esta gente, sábia e confortavelmente europeista lá fora. Miserável cá dentro.
Gente sem tarelo.
***
UMA NOVA TV – Por um lado temos este tipo de governantes, altamente sabichões europeus. Por outro, temos os que gozam o pagode com a televisão portuguesa, como é o inefável Relvas.
Este homem já traçou, pelas minhas contas, qualquer coisa como cinco cenários diferentes para o serviço público de televisão.
E ainda não acertou nenhuma!
Enquanto não se decide, vai espalhando “napalm” por tudo o que é RTP e comunicação social.
Como diz um meu amigo, “é uma desgraça qualificada”.
Deu instruções à obediente Administração da RTP para se virar para Angola, certamente com o olho na privatização (agora de 49%, mas ainda não é certo; vai haver mais algum cenário diferente...), e entregar os Centros Regionais dos Açores e Madeira aos governos das respectivas regiões.
Nos últimos dez anos o Estado entregou à RTP três mil milhões de euros em indemnizações e subsídios, cabendo à televisão açoriana restos do lauto manjar lisboeta.
Que se acabe de uma vez por todas com esta vergonha e oxalá Vasco Cordeiro tenha a coragem, já demonstrada, de refundar uma nova televisão regional, sem a subjugação ao Terreiro do Paço.
Uma novidade: há um grupo de comunicação social, que inclui um canal de televisão, sediado nos Estados Unidos e propriedade de luso-americanos, interessado em entrar neste projecto, com a condição de levar o novo canal até à diáspora.
É uma oportunidade que não podemos desperdiçar.
Nos Açores não devemos imitar o pagode.
Pico da Pedra, Dezembro 2012
Agora também ficamos a saber que estamos entregues a uma mediocridade sem limites.
Os políticos por esta Europa fora têm demonstrado uma enorme incompetência para resolver a crise que assola a zona euro, sendo desoladora a incapacidade dessa gente para enfrentar os desafios europeus.
O caso das facilidades concedidas à Grécia e a possibilidade de Portugal beneficiar das mesmas condições foi um louvar a Deus.
O Presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, deu o pontapé de saída, garantindo que o nosso país teria as mesmas condições.
O ministro da lentidão gramatical, Vitor Gaspar, veio a seguir ufanar-se da conquista.
O seu ajudante, Passos Coelho, corroborou as mesmas compensações.
Mas eis que a França (a tal do socialista D. Sebastião!) e a Alemanha (matriarca dos restantes), põem ponto de ordem e obrigam toda a gente a recolher à gruta.
E não é que os primitivos ajoelham-se e ainda têm o descaramento de praticar uma cambalhota, dando o dito por não dito?
As explicações, à base de um alegado mal entendido, são de um ridículo atroz, ao ponto do correligionário de Passos Coelho, o ex-líder do PSD, Marques Mendes, acusar Vitor Gaspar de fazer dos portugueses “um conjunto de atrasados mentais que não são capazes de perceber as coisas”.
A bagunçada que vai no governo da república é de tal ordem, que nem os ministros e seus incompetentes conselheiros sabem disfarçar o ridículo da soberania.
Um dia é o problema do quarto escuro, no outro são os focos das luzes, a seguir são as câmaras de televisão, depois é a má interpretação dos jornalistas, um problema de semântica... enfim, uma grande trapalhada.
É preciso ter lata.
Vitor Gaspar, com aquela cadência de tambor funerário, desferiu a zombaria: “Todas as informações que foram feitas pelos responsáveis políticos, certamente pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, são afirmações que estão inteiramente correctas e que foram descontextualizadas de forma pouco cuidadosa por alguma informação”.
Marques Mendes respondeu-lhe: “Está a gozar com o pagode”!
E eu subscrevo. E até acho que o homem não só nos está gozar com a maior da desfaçatez, como é capaz de amanhã afirmar que os portugueses são todos ricos e devem descontar pela mesma bitola...
É este o governo que nos governa.
Estamos entregues a esta gente, sábia e confortavelmente europeista lá fora. Miserável cá dentro.
Gente sem tarelo.
***
UMA NOVA TV – Por um lado temos este tipo de governantes, altamente sabichões europeus. Por outro, temos os que gozam o pagode com a televisão portuguesa, como é o inefável Relvas.
Este homem já traçou, pelas minhas contas, qualquer coisa como cinco cenários diferentes para o serviço público de televisão.
E ainda não acertou nenhuma!
Enquanto não se decide, vai espalhando “napalm” por tudo o que é RTP e comunicação social.
Como diz um meu amigo, “é uma desgraça qualificada”.
Deu instruções à obediente Administração da RTP para se virar para Angola, certamente com o olho na privatização (agora de 49%, mas ainda não é certo; vai haver mais algum cenário diferente...), e entregar os Centros Regionais dos Açores e Madeira aos governos das respectivas regiões.
Nos últimos dez anos o Estado entregou à RTP três mil milhões de euros em indemnizações e subsídios, cabendo à televisão açoriana restos do lauto manjar lisboeta.
Que se acabe de uma vez por todas com esta vergonha e oxalá Vasco Cordeiro tenha a coragem, já demonstrada, de refundar uma nova televisão regional, sem a subjugação ao Terreiro do Paço.
Uma novidade: há um grupo de comunicação social, que inclui um canal de televisão, sediado nos Estados Unidos e propriedade de luso-americanos, interessado em entrar neste projecto, com a condição de levar o novo canal até à diáspora.
É uma oportunidade que não podemos desperdiçar.
Nos Açores não devemos imitar o pagode.
Pico da Pedra, Dezembro 2012
Autor: Osvaldo Cabral
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