terça-feira, 21 de outubro de 2014

Silêncio, que se está a ouvir o espaço

O autocarro dá uma ideia da dimensão do telescópio
O autocarro dá uma ideia da dimensão do telescópio
Reuters
Os vizinhos de um telescópio gigante, em Green Bank, Virgínia Ocidental, puseram de lado todos os equipamentos que funcionem sem fios. Não, não se trata de um protesto contra a tecnologia, mas de ajudar os astrónomos a "ouvir" o espaço

Pode gritar, tocar bateria ou trompete tão alto quanto conseguir. Só nem pense em usar telemóvel. Nem sequer o microondas. Bem-vindo à Zona National de Silêncio de Rádio (National Radio Quiet Zone).

Aqui, as conversas não são interrompidas pelo toque dos telemóveis, e os miúdos (e graúdos) não passam horas de olhos postos em ecrãs de tablets. Mas não se pense que Green Bank, com uma população total de 143 pessoas, ficou para trás na evolução tecnológica das últimas décadas, muito pelo contrário: A Zona National de Silêncio de Rádio é uma área de mais de 33 mil quilómetros quadrados, no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, onde está instalado o potente telescópio GTB. Com uma altura equivalente a 43 andares e mais de 7 mil toneladas, o telescópio é um dos maiores objetos do mundo capazes de se mover.

O GTB permite aos astrónomos detetar e estudar objetos no espaço que são poucos visíveis mas que emitem ondas de rádio, como pulsares, nuvens de gás e galáxias distantes. 

Devido à sua enorme dimensão, o radiotelescópio de Green Bank é extremamente sensível até aos mais discretos sinais de rádio provenientes do espaço, o que o torna também extremamente suscetível às interferências eletrónicas - qualquer aparelho que gere uma radiação eletromagnética (telemóvel, televisão, router de Internet ou até um micro-ondas) pode interferir com os dados processados pelo telescópio.

A criação da Zona National de Silêncio de Rádio data dos anos 50, mas só em 2000 a "orelha" gigante do GBT foi apontada para o espaço. Desde então, os astrónomos têm feito várias descobertas significativas, como a de setembro passado: a nossa Via Láctea está situada num superalomerado de galáxias de 500 milhões de anos-luz de diâmetro, com uma massa de 100 mil milhões de sóis.

Fonte: Visão


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