quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Parceria entre observatórios formará telescópio virtual «do tamanho da Terra»


O observatório chileno Alma (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), situado no Deserto do Atacama, anunciou que vai se unir a dois telescópios milimétricos localizados na Europa e na América do Norte para formar um único telescópio virtual com tamanho similar ao da Terra e com capacidade para distinguir um objecto de dez centímetros na Lua.

Em comunicado, o Alma, considerado uma das maiores plataformas astronómicas do mundo, explicou que o telescópio terá uma altíssima resolução através da técnica de interferometria de linha de base muito longa (VLBI, na sigla em inglês).

Além disso, o observatório informou que este ano foram realizados três testes de VLBI com outros telescópios internacionais, um passo essencial para incluir o Alma no projecto «Event Horizon Telescope», rede mundial de telescópios que estudará o buraco negro supermassivo situado no centro da Via Láctea.

Para que o observatório pudesse ser parte deste projecto, a capacidade dos seus telescópios precisou de ser aumentada, potencializando as suas 66 antenas para que estas funcionassem ao mesmo tempo como uma só, de superfície de 85 metros de diâmetro, para depois ser parte de um telescópio VLBI muito maior.

O primeiro teste de capacidade para funcionar em VLBI aconteceu em Janeiro deste ano, quando um dos telescópios do Alma foi ligado ao telescópio Atacama Pathfinder Experiment, situado a dois quilómetros de distância.

Noutro teste, realizado em Março, a distância alcançada foi ainda maior, com a ligação com o radiotelescópio de 30 metros do Institut de Radioastronomie Millimetrique (IRAM), situado na Serra Nevada, no sul de Espanha.

Os dados obtidos desta última união foram combinados numa só observação com uma resolução de 34 microssegundos de arco, o que equivale a distinguir um objecto de menos de dez centímetros na Lua visto desde a Terra.

A observação mais recente foi realizada em Agosto, quando o Alma foi conectado a seis antenas do Observatório Radioastronómico Nacional dos EUA, o que formou um telescópio virtual do tamanho da Terra e permitiu a observação do quasar 3C 454.3, um dos objectos mais brilhantes no céu observado no nosso planeta, apesar de estar a uma distância de 7,8 mil milhões de anos-luz.

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