quarta-feira, 2 de março de 2016

Antigo reactor nuclear com 2 biliões de anos é encontrado em África

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Em maio de 1972, um funcionário de uma fábrica de processamento de combustível nuclear na França percebeu algo suspeito. Ele havia realizado uma análise de rotina de urânio procedente de uma fonte de mineral aparentemente normal. Como é o caso com todo o urânio natural, o material em estudo continha três isótopos – ou seja, três formas, com diferentes massas atómicas: urânio 238, a variedade mais abundante; urânio 234, o mais raro; e urânio 235, o isótopo que é cobiçado, pois pode sustentar uma reacção nuclear em cadeia.

Em outras partes da crosta terrestre, na lua e até mesmo em meteoritos, os átomos de urânio 235 compõem apenas 0,720 por cento do total. Mas nessas amostras, que vinham do depósito de Oklo no Gabão (uma ex-colónia francesa na África Ocidental equatorial), o urânio 235 constituía apenas 0,717 por cento. Esta pequena diferença foi suficiente para alertar cientistas franceses que algo estranho havia acontecido. Análises posteriores mostraram que o mineral de ao menos uma parte da mina estava muito abaixo da quantidade normal de urânio 235: 200 kg pareciam ter sido extraídos – o suficiente para fazer meia dúzia de bombas nucleares.


Cientistas de todo o mundo reuniram-se no Gabão para estudar esse fenómeno. Eles descobriram que o local onde foi encontrado urânio é um reactor nuclear subterrâneo muito avançado, além da capacidade de nosso conhecimento científico actual. Este reactor existiu à 1,8 biliões de anos e estava em operação há cerca de 500.000 anos.

Os cientistas investigaram a mina de urânio e os resultados foram divulgados numa conferência da Agência Internacional de Energia Atómica. Os cientistas encontraram vestígios de produtos de fricção e resíduos de combustível em vários locais dentro da área da mina.


Comparado com este enorme reactor, nossos reactores nucleares actuais são muito menos impressionantes, meros dispositivos primitivos. Estudos indicam que o reactor nuclear da mina de urânio encontrada, tinha vários quilómetros de comprimento. Para um grande reactor nuclear como este, o impacto térmico no ambiente chegava a uns 40 metros ao seu redor. Ainda mais surpreendente é o facto de que os resíduos radioactivos não escaparam para fora do local da mina. Eles são mantidos no lugar pela geologia da área.


É necessário entender, o que era tão incrível para todos, era que uma reacção nuclear tivesse ocorrido, de tal maneira que o plutónio (subproduto) tenha sido criado, e que a reacção nuclear se tinha “controlado”, o que tem sido por muito tempo o “Santo Graal” da ciência atómica.


A capacidade para moderar a reacção significa que, uma vez que esta tenha iniciado, foi possível aproveitar a energia de saída de uma maneira controlada, incluindo a capacidade de impedir a explosão e libertar toda a energia de uma única vez.

Diante desses resultados, a comunidade científica acredita que a mina é um reactor nuclear “natural”. Eles concluíram que o mineral teria enriquecido o suficiente, à 1,8 biliões de anos, para produzir espontaneamente uma reacção em cadeia. Além disso concluiu que a água manteve a reacção moderada, da mesma forma como os reactores nucleares modernos usam varetas de grafite e cádmio para que o reactor não chegue a um estado crítico e acabe explodindo.


No entanto, o Dr. Glenn T. Seaborg, ex-chefe da Comissão de Energia Atómica dos Estados Unidos e Prémio Nobel pelo seu trabalho sobre a síntese de elementos pesados, disse que “para o urânio ‘queimar’ numa reacção, as condições devem ser exactamente correctas. É preciso água ou outro moderador para arrefecer os neutrões libertados enquanto cada átomo é dividido de modo que não se movimentem rápido demais para serem absorvidos por outros átomos, mantendo a reacção em cadeia. Além disso, o moderador e o combustível devem ser extremamente puros. Mesmo algumas partes por milhão de contaminantes, como o boro, “envenenariam” a reacção, levando a uma interrupção. Como poderiam surgir as condições necessárias debaixo da terra em circunstâncias naturais?”, disse Seaborg na revista Time em 1972.

Além disso, vários especialistas em engenharia de reactores observaram que em nenhum momento da história geologicamente estimada dos depósitos de Oklo foi o minério de urânio rico o suficiente em U-235 para que uma reacção natural tivesse ocorrido.

Mesmo quando os depósitos foram formados, devido à lentidão do decaimento radioactivo do U-235, o material friccionável teria constituído apenas 3 por cento dos depósitos – um nível muito baixo para uma reacção nuclear. No entanto, uma reacção ocorreu, sugerindo que o urânio original é muito mais rico em U-235 do que poderia ter sido numa formação natural.

Se a natureza não foi a responsável, então a reacção deve ter sido produzida artificialmente. É o urânio de Oklo o resíduo de um reactor nuclear ante diluviano, de uma civilização pré-histórica? É provável que há aproximadamente dois biliões de anos, tenha existido uma civilização avançada em Oklo, que era tecnologicamente superior à civilização actual.

Como funcionava o reactor


Alex Meshik e seus colegas da Universidade de Washington, determinaram que a reacção nuclear funcionava por 30 minutos e, em seguida, era interrompida por 2,5 horas, antes de começar de novo.

“O tempo é característica da água infiltrando nas rochas e, em seguida, sendo fervida uma vez que a reacção começa”, disse Meshik. Quando a água ferve completamente, as reacções param até nova água ser novamente infiltrada. Esse ciclo impediu uma reacção descontrolada. “É incrível que não tenha explodido”, disse Meshik. “Em vez disso, o reactor lançava energia em pulsos regulares.”

Estimou-se que o reactor de Oklo funcionou por 150.000 anos.

A água é muito boa para abrandar o fluxo de neutrões e desta forma manter uma reacção nuclear sob controle. Embora os cientistas já suspeitassem que a água foi importante para o funcionamento do reactor de Oklo, a ideia não foi confirmada até que a equipe de Meshik observou os níveis de gás xenónio nos depósitos de urânio.

Eles perceberam que este gás só poderia ser preso nos depósitos se o reactor fosse desligado periodicamente. O estudo foi publicado numa edição da revista Physical Review Letters.

Embora a água e o urânio não sejam exclusivos das minas de Oklo, nenhum outro reactor natural, jamais foi encontrado.


“É muito estranho que algo aconteceu apenas uma vez na natureza”, disse Meshik, que acredita que o reactor de Oklo trata-se de um fenómeno estritamente natural.

Ele explicou que, após o processo de fricção ter terminado, uma mudança geológica fez com que o reactor afundasse a poucos quilómetros abaixo da superfície – onde foi preservado da erosão. A poucos milhões de anos, outra mudança trouxe os depósitos de urânio de volta à superfície.

Se o reactor nuclear encontrado em Oklo trata-se de uma formação natural, como afirmam os cientistas, porque não se encontrou nenhum outro reactor em qualquer parte do planeta? Considerando-se que reservas de urânio justamente com depósitos de água são encontrados em muitos outros lugares, é realmente de surpreender que somente em Oklo esta combinação tenha ocorrido, de forma tão perfeita e precisa, a ponto de manter uma reacção nuclear funcionando, por mais de 100.000 anos, com reacções regulares e perfeitamente controladas, sem se transformar numa explosão nuclear “natural”!

Tudo isso porém, fica muito fácil de entender, se considerarmos que este reactor foi projecto e construído por uma inteligência, fosse uma civilização antiga avançada, ou por extraterrestres, como sugerem alguns. Pretender que um mecanismo como este encontrado em Oklo foi simples obra do acaso, é o mesmo que supor que relógios, com todos seus mecanismos extremamente precisos, tenham surgido na natureza por mero acidente, sem que ninguém os tenha fabricado. A natureza é capaz de produzir coisas fantásticas, isso é certo, mas seria capaz de produzir, sozinha, um mecanismo tão complexo como um relógio? Ou um reactor nuclear…???

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