sexta-feira, 7 de julho de 2017

Químicos tóxicos matam qualquer organismo vivo na superfície de Marte


Estudo diz que a superfície do Planeta Vermelho é inabitável devido a um "cocktail tóxico" de químicos. Vida, se existir, só no subsolo

A superfície de Marte tem químicos tóxicos que matam qualquer organismo vivo, esterilizando completamente as camadas superiores do planeta. Segundo um estudo divulgado hoje, os raios ultravioleta do quarto planeta transformam o solo de Marte num potente bactericida.

Como tal, para encontrar vestígios de vida os exploradores terão de procurar dois ou três metros abaixo da superfície, onde os organismos estão protegidos dos raios UV. "A essa profundidade, é possível que a vida em Marte tenha sobrevivido", disse Jennifer Wadsworth, astrobióloga da Universidade de Edinburgh, Escócia.

Segundo Wadsworth, foram encontrados há vários anos em Marte oxidantes poderosos, chamados percloratos. Quando expostos a raios UV, os percloratos tornam-se mais destrutivos e conseguem dizimar organismos como bactérias e micróbios em pouco tempo.

Além disso, os óxidos de ferro e peróxidos de hidrogénio também encontrados em Marte tornam o solo ainda mais mortífero.

No decorrer da investigação, a astrobióloga reparou que, quando a Bacillus subtilis, uma bactéria comum do solo, era misturada com perclorato de magnésio e colocada sob raios ultravioletas desaparecia rapidamente.

Bactérias expostas raios UV misturadas com percloratos, óxidos de ferro e peróxidos de hidrogénio desapareciam 11 vezes mais rápido do que as expostas apenas a percloratos, segundo o estudo publicado esta quinta-feira na Scientific Reports.

Os autores da pesquisa dizem que as condições inabitáveis de Marte resultam de um "cocktail tóxico de oxidantes, óxidos de ferro, percloratos e raios UV".

As descobertas não invalidam a hipótese de haver vida em Marte, afirmou Wadsworth, citada pelo The Guardian, "mas provavelmente significa que devíamos procurar vida no subsolo, onde está protegida do violento ambiente de radiações na superfície".

O cientista planetário do centro de pesquisa da NASA na Califórnia Chris McKay disse que este estudo representa um "grande avanço" na compreensão de Marte de traz boas e más notícias. Boas porque demonstra que qualquer micróbio levado por humanos para Marte irá morrer, "reduzindo as preocupações com a proteção" do planeta. Más porque "significa que temos de cavar até certa profundidade para encontrar qualquer registo biológico de vida que não tenha sido destruído".

A NASA quer enviar seres humanos ao planeta Marte nos anos 2030. Em 2011, foi enviado um veículo robótico, o rover Curiosity, para recolher mais dados sobre o planeta.

Fonte: DN

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