quinta-feira, 21 de julho de 2022

Se a órbita de Neptuno alterar 0,1% destruirá o nosso sistema solar


Um estudo recente veio trazer-nos uma possível e catastrófica realidade. Segundo os resultados do trabalho, se uma estrela ao passar pelo nosso sistema solar movesse a órbita de Neptuno em apenas 0,1%, isso poderia eventualmente fazer com que os outros planetas colidissem uns com os outros ou fossem totalmente expulsos do sistema solar.

Calma, não se preocupe – isso não acontecerá na nossa vida, de acordo com o resultado da investigação.

Se uma estrela vizinha se aproximar demais do nosso sistema solar, pode levá-lo a um pandemónio. Simulações sugerem que uma estrela que sobrevoasse só precisaria empurrar a posição de Neptuno em três vezes a distância entre a Terra e o Sol para fazer com que os planetas ficassem descontrolados.

Pode parecer óbvio que qualquer mudança significativa na posição de um planeta possa ter um grande efeito no nosso sistema solar, mas as novas simulações sugerem que isso pode mesmo destruir o sistema solar.

Investigadores da Universidade de Toronto, Canadá, criaram milhares de simulações e chegaram a um número que nos diz o quão perto uma estrela poderá passar para ter influência tremenda quer num determinado planeta, quer mesmo em todo o nosso sistema solar.

Assim como a gravidade do sol pode influenciar objetos realmente distantes, como os cometas, e estes podem estar muito longe do Sol, continuam a orbitar o Sol por causa da forte gravidade da própria estrela. Uma estrela passageira pode influenciar objetos no sistema solar. Por isso, o nosso estudo foi para tentar compreender quão sensível seria a estabilidade do sistema solar ser influenciada por estrelas passageiras.

Disse Garett Brown, estudante de doutoramento na Universidade de Toronto e co-autor do estudo.


Neptuno pode arruinar tudo

Neste estudo recente, os investigadores criaram quase 3.000 simulações onde mostram qual é a menor quantidade de influência necessária para potencialmente criar enormes mudanças no nosso próprio sistema solar. Na verdade, não é preciso grande coisa!

Conforme refere Brown, apenas as estrelas foram consideradas como sobrevoos estelares nas suas simulações - estrelas que são 100 vezes maiores do que o nosso Sol, o que é raro. Também simularam sobrevoos com estrelas anãs vermelhas mais pequenas, que são cerca de 5% do tamanho do nosso Sol, mas são 100 vezes mais pesadas do que Júpiter.

Numa das simulações descobriu que se uma "mosca voadora" passasse por cá amanhã e puxasse Neptuno para fora da sua órbita apenas por 0,1%, poderia haver consequências catastróficas para Mercúrio e Vénus.

Fizemos as simulações até que Mercúrio colidiu com Vénus, entre outras coisas, e paramos. Então, Mercúrio pode colidir com Vénus e é isso, nada mais acontece.

Referiu Brown.

O resultado específico é que se mover Neptuno numa quantidade relativamente pequena, então ao longo da vida útil do sistema solar, a probabilidade de instabilidade aumentaria 10 vezes. O que parece muito novamente, mas se tomarmos o sistema solar como ele é hoje, completamente isolado do resto do universo, há cerca de 1% de hipótese de Mercúrio colidir com Vénus.

O sistema solar é caótico, é difícil prever o futuro do sistema solar para além de mil milhões de anos, mas dentro de cerca de 5 mil milhões de anos, há cerca de 1% de probabilidade de Mercúrio poder colidir com Vénus. Assim, se uma estrela passar e mover Neptuno nesta pequena quantidade, então em vez de 1% de probabilidade de Mercúrio cair em Vénus, então passaria a haver uma probabilidade de 10%.

Explicou o investigador.

Mas porquê Neptuno?

De acordo com a investigação, a resposta é bem simples: Neptuno é o mais distante, portanto, tem uma hipótese maior de ser influenciado por um sobrevoo estelar. Claro, o estudo levanta o véu de um evento celestial que tem uma probabilidade muito pequena de acontecer. Na verdade é tão pequena que nenhum de nós, dos nossos netos e mesmo bisnetos, estaremos vivos para vê-lo – mas as hipóteses não são zero.

Certamente não é nada para se temer porque o tempo envolvido é tão, tão longo. Tipo, os dinossauros morreram há 65 milhões de anos e isso é tão, tão curto comparado ao tempo que levaria para um evento como esse acontecer.

Concluiu Brown.

Interessante foi a opinião do investigador sobre um acontecimento que nos possa preocupar num futuro mais próximo. Para ele, os humanos deveriam preocupar-se com apagão do Sol. Contudo, novamente, isso só acontecerá daqui a cinco mil milhões de anos!

Fonte: Pplware

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