quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Investigadores testam circuitos eletrónicos criados a partir de tintas


Poderá haver uma revolução na eletrónica através de circuitos produzidos com tintas à base de água e grafeno.

Numa altura em que se fala na introdução de smartphones dobráveis, por exemplo, é tempo de pensar em novos materiais que possibilitem a necessária flexibilidade dos dispositivos. Um grupo de investigadores da Universidade de Manchester está a desenvolver uma nova composição de tintas que podem ser impressas em circuitos eletrónicos flexíveis, através de impressoras de injeção.

As tintas baseiam-se em água e grafeno, assim como outros materiais bidimensionais, que são formados por uma lâmina com uma espessura de um átomo. Os cientistas garantem que a estrutura apresenta propriedades altamente flexíveis, e com grande condução elétrica, para além das tintas poderem ser impressas em qualquer superfície. Nas suas experiências foram utilizadas impressoras semelhantes às que se encontram nos escritórios.

Curiosamente, os investigadores afirmam que os circuitos impressos em papel demonstraram ser os que melhor funcionam. Garantem ainda que equipamentos construídos com este tipo de circuitos seriam mais baratos, para além de mais pequenos que as ofertas atuais.

Além disso, a equipa garante que a tecnologia pode ser aplicada em diversas funcionalidades. Por exemplo, as tintas poderiam integrar sensores das embalagens dos produtos, detetando se estes foram expostos a condições adversas, tais como altas temperaturas ou humidade. Numa experiência, foi testado um sistema de sensor de tensão, impresso em papel. Este seria capaz de analisar a tensão de uma estrutura, quando introduzido no seu interior, sendo referido que com um dispositivo semelhante poderia ter sido evitado a queda da ponte em Itália.

Apesar dos investigadores terem impresso transístores, que dariam para produzir dispositivos eletrónicos, tais como smartphones ou portáteis, referem que até agora a sua performance foi baixa. As tintas são também compatíveis com tecidos biológicos, podendo ser utilizadas na indústria dos fármacos em diferentes aplicações. Assim como a roupa e outros wearable. É elevado o potencial da tecnologia, segundo os exemplos avançados pelos investigadores.

Fonte: SapoTek

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