sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Forças Especiais II - Rangers


Que os muitos por ser poucos não temamos.
  
CTOE - Centro de Tropas de Operações Especiais 

O CTOE - Centro de Tropas de Operações Especiais , baseado em Lamego, é uma Unidade do Exército Português com a missão de instrução de tropas em guerra não convencional e Contra.Terrorismo. Até 2006 era conhecido como CIOE - Centro de Instrução de Operações Especiais.

O CTOE, tem as suas raízes no Regimento de Infantaria 9, foi criado em 16 de Abril de 1960, para formar unidades em operações de contra-guerrilha, operações psicológicas, e montanhismo. Essas unidades de infantaria ligeira tinham o nome de Caçadores Especiais e foram as primeiras unidades no Exército Português a usar uma boina castanha e camofelado.  Eram unidades de elite, altamente motivadas, os seus instrutores tiveram cursos em operações de contra-insurgência e contra-guerrilha em França, Argélia, Estados Unidos, Reinos Unidos, e Espanha. Quando a Guerra Colonial começou, em 1961, estavam preparadas 4 Companhias de Caçadores Especiais em Angola.
A 4ª Companhia de Caçadores Especiais foi uma da mais ativas. Pelo final de 1961, os Caçadores Especiais viram algum do seu treino foi incorporado na instrução do exército regular, e boina castanha e camofelagem extendeu-se a todo o exército. O CTOE permanece, agora com a tarefa de dar cursos a oficiais e a oficiais não-comissionados, e formar tropas Comandos.
Em 1980, o CTOE formou as suas próprias unidades de operações: BEOBE. O CTOE contém o BEOE - Batalhão de Elementos de Operações Especiais , popularmente conhecido como Rangers, que executa missões similares ás das Forças Especiais dos Estados Unidos ou dos britânicos SAS. Algumas dessas missões incluem Patrulhas de Reconhecimento de Longa Distância, raids contra alvos principais, localização de centros de comando e controle inimigos, destruição das defesas aéreas e radares inimigos, e resgate de prisioneiros. A unidade pode ser infiltrada por pára-quedas, helicóptero, pequenos barcos, ou a pé. O CTOE é composto por cerca de 500 homens entre componente operacional e estruturas de comando, apoio e serviços.
Caçadores Especiais do BEOE tem uma boina verde: O crachá da boina inclui um trompete - o símbolo dos Caçadores Especiais; e a unidade é conhecida como Rangers por causa dos instrutores dos Caçadores Especiais que nos passado completaram o curso de Ranger nos EUA e adaptaram as características do seu treino ao Curso de Operações Especiais.
São contudo esses dois tipos de tropas são bem diferente. Os "Rangers" são unidades constituídas à base do choque e da força, as forças de operações especiais portuguesas não procuram o confronto direto.
As forças de operações especiais portuguesas são chamadas para ações militares de natureza não convencional, nomeadamente ações de vigilância, reconhecimento e destruição de determinados alvos, bem como ações de resgate de pessoas. Em termos operacionais, estes militares estão treinados para obter e relatar dados sobre objetivos vitais, preparar a ação de forças convencionais e a aterragem de meios aéreos em zonas controladas pelo inimigo e sabotar ou destruir instalações importantes para as forças adversárias.
Trabalham em pequenos grupos, sobre alvos de elevada complexidade e importância e cada um deles tem uma especialidade em determinada área. Atuam em qualquer terreno, clima e condições atmosféricas. As operações não convencionais são em geral de baixo custo e não conquistam terreno. Pelo contrário, as operações convencionais são levadas a cabo por unidades de grande volume, que implicam outros custos financeiros, atuam pelo poder de choque e conquistam terreno.
CTOE-Cursos

O CTEO tem uma série de cursos:

COE - Curso de Operações Especiais . ação direta; ação indireta(insurgência e guerrilha, contra-insurgência e contra-guerrilha, e ajuda militar) - 21 semanas.
Curso de Sniper (requere o curso de COE): 14 semanas.
Curso de Patrulha de de Reconhecimento de Longo  Alcance(requere curso de COE): reconhecimento e operações de ação direta (8 semanas).
Curso de Operações Regulares(somente para oficiais e oficiais não-comissionados do Quadro Permanente): organização, instrução, e orientação das das forças regulares com o objetivo de defender o território nacional(Portugal) quando invadido e começar as ações de resistência(4 semanas).
Curso de Operações Psicológicas.
Curso de Montanhismo.
Curso de Prevenção e Combate de Ameaças Terroristas.
Curso de Mergulho de Combate
Curso de Controlador Aéreo Avançado
Curso de Médico de Combate
Curso de Sinaleiros
Curso de Demolições
Curso de Guerra Nuclear e Biológica.
Curso Hummint
Curso de Pára-quedismo Militar.
Curso de manobra de pequenos barcos.

Os soldados das Operações Especiais também tem cursos em países amigos:
Aerotransportadas/Forças Especiais - Estados Unidos
Curso de Sniper - Reino Unido
Curso de Patrulha de Inverno- Alemanha
Curso de Reconhecimento e Patrulha de Longa Distância - Alemanha
Curso de Operações Especiais- Espanha
Treino de Inverno- Noruega
Treino centrado no homem

No CTOE de Lamego, todo o treino operacional é assentado num fundamento: o homem. O homem e o conhecimento dos seus limites. Mais do que a tecnologia, este é o pilar fundamental. O treino operacional dos militares de operações especiais está assim assente em três pontos: o ser, o saber e o fazer. No CTOE , o desenvolvimento das capacidades do indivíduo e o conhecimento dos seus limites consegue-se com instrução e treino. Muito treino. Com privação do repouso, dos bens essências e da alimentação.

"Tem que se olhar para o CTOE como um conjunto de homens bem treinados e bem preparados que se vão juntando para determinadas missões. Nós não trabalhamos com grandes massas, é sempre na base do homem que depois se junta e participa em operações", anota um dos ex-comandantes do CTOE. Dependendo de cada missão, os militares de operações especiais organizam-se em equipas de dois, cinco ou 12 homens. Todos são generalistas, mas cada um tem a sua especialidade: em comunicações, em transmissões, em saúde, etc.

Preparação rigorosa

Portugal não tem um número elevado de militares de forças de operações especiais, mas os efetivos existentes "têm uma preparação de base semelhante à das tropas americanas que estão em guerra agora", garante o tenente-coronel Borlinhas. "Os nossos instrutores vão tirar cursos nos 'Rangers' americanos, portanto, toda a preparação e doutrina de base são idênticas", acrescenta o mesmo responsável. O que Portugal não tem é a mesma tecnologia e os mesmos meios de ação e combate que os EUA, um dos líderes mundiais nesta matéria.

Lembrando da necessidade de se operar muitas vezes no frio em áreas como a Bósnia ou o Afeganistão, militares do CTOE reconhecem que o frio é a área que oferece mais problemas em termos de capacidade de resistência e preparação do ser humano. Mas, aparentemente, este não é um problema. Por um lado, porque o clima na zona de Lamego, onde os militares de operações especiais residem, não é propriamente ameno. Por outro, os militares fazem regularmente treinos específicos em ambientes frios e de montanha.
Treinam todos os invernos na serra da Estrela e participaram de exercícios internacionais no âmbito da NATO no Norte de Noruega a temperaturas que rondam os 40 graus negativos. Numa força irregular, o importante é a moral e a predisposição ao sacrifício.

Tempo de aprestamento 

Se, de repente, o Governo português decidisse enviar tropas para o Afeganistão por exemplo, de que tempo necessitariam estas para o seu deslocamento? Apenas escassas horas, garantem os militares. "O grau de prontidão dos nossos militares de operações especiais é muito grande e, por isso, o grau de resposta também. Setenta e duas horas de tempo de preparação é norma para nós, mas quando foi para a Guiné (1998) e para o Zaire (1996) em 48 horas colocamo-nos no aeroporto de Figo Maduro em termos de primeira contingência", afirma um ex-comandante do CTOE .

Entre os militares, quase todos se lembram de férias ou dias de descanso interrompidos repentinamente. "Uma vez, um militar estava de férias no Algarve com a família. Foi chamado e oito horas depois estava aqui, pronto para ir para o teatro de operações", recorda um graduado do CTOE.


Operações no exterior

Os CTOE ficaram bem conhecidos pelas operações na Bósnia-Herzegovina. Mas foi no Afeganistão que foram mais projetados mundialmente.
Diante de seus compromissos com a OTAN, Portugal enviou um contingente militar para o Afeganistão. como parte desta força estava uma Companhia de Comandos. Sua missão operacional estava direcionada para a província de Kandahar, epicentro da insurreição talibã no sul do país. Caberá à Companhia de Comandos apoiar o esforço de expansão das posições da NATO e do exército afegão (ANA) na região de Kandahar, a área de maior atividade operacional no Afeganistão, de forma a negar espaço de manobra à insurreição. A área de Kandahar é um dos principais alvos do esforço de reforço do dispositivo de forças da NATO e dos EUA no Afeganistão (cerca de 60 mil homens no total).
O contingente português da QRF (força de intervenção rápida) é formador por 157 militares: 11 do grupo de comando, 115 da 1ª Companhia de Comandos, sendo quatro das Operações Especiais (Snipers), 24 do destacamento de Apoio e Serviços (módulos Sanitário, Transmissões e Manutenção) e sete da Força Aérea, que formam o Tactical Air Control Party. Quanto a países, estão cá representados os cinco continentes. A missão portuguesa se encerrou em 2008. Ficando apenas alguns 15 instrutores, a cabo com a tarefa de formação de militares afegãos.
 

Material:

Uniformes similares aos das tropas britânicas sobretudo para os modelos "woodland".
Capacetes Blindados M1.
Coletes á Prova de Bala de diversas classes
Roupas porta-carregadores
Sacos de marcha. 

Armamento:
Pistola semi-automática Sig Sauer P228 em 9mm.

Fuzil de Assalto H&K G3A3 ou G3A4 (de coronha rebatível) em 7.62x51mm.
Sub-metralhadoras H&K MP5 A3 e SD6.
Sub-metrelhadora H&K MP5

H&K G-36 de  5.56x45mm.

Steyr AUG de  5.56x45mm.

SIG Sauer 543 de calibre 5,56 mm
 

Os esquadrões tem também os seus lança foguetes portáteis, morteiros e lança-granadas.

Para se deslocar os membros utilizam veículos 4x4, para operações em montanhas e desertos e também embarcações rápidas do tipo "Hurricane" que podem ser utilizadas em operações no território nacional para escoltar ou abordar os navios nas fronteiras marítimas e suspeitos de tráfico de droga ou transporte de ilegais.


OS 10 MANDAMENTOS DO RANGER

1 - O Ranger é auto-disciplinado e de pronta obediência
2 - O Ranger resiste à fome, à sede, ao cansaço e à incomodidade
3 - O Ranger está sempre pronto porque a sua razão o impõe e a sua preparação o permite
4 - O Ranger pondera conscientemente todas as suas decisões não voltando nunca a cara ao perigo
5 - O Ranger tem confiança nos chefes, respeita-os e faz-se amar pelos subordinados
6 - O Ranger é generoso na vitoria e paciente na adversidade
7 - O Ranger regula o seu procedimento segundo os ditames da honra e do dever
8 - O Ranger orgulha-se da dignidade da sua missão devotando-se a ela com entusiasmo e abnegação
9 - O Ranger é leal e tem no patriotismo a mais nobre das suas virtudes
10 - O Ranger supera-se constantemente pela sua firme vontade e pelo seu indômito valor.

Fonte: Diversas

2 comentários:

  1. Andei por lá em 1971, primeiro como cadete e depois como instrutor, Como meus formadores recordo o Tenente Coronel Rino, o Alferes Peixinho, o Tenente Pizarro, todos eles Rangers, e o Capitão Baptista da Silva e o Sargento Isaías Pires, ambos Comandos.

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  2. Tenente (ranger), Heleno, E.P.S.T., Figueira da Foz, ano 1979. Confiado relato a sua pessoa em 1ª mão, via telefónica a titulo pessoal, em 1986, Ocorrência em Foz do Douro, charutos a sair da água..., presenciado por mim. Jornal do incrível, presente nesse dia a recolher relatos 28 de outubro de 1986. Mente abrangente a sua, Visitei numa viagem no tempo o E.P.S.T., Não o encontrei, nem o seu BMW. Abraço para ele do Santos, 2ª recruta. Votos da EURIPE.

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