Que os muitos por ser poucos não temamos.
CTOE - Centro de Tropas de
Operações Especiais
O CTOE - Centro de Tropas de Operações Especiais , baseado em Lamego, é
uma Unidade do Exército Português com a missão de instrução de tropas em guerra
não convencional e Contra.Terrorismo. Até 2006 era conhecido como CIOE - Centro
de Instrução de Operações Especiais.
O CTOE, tem as suas raízes
no Regimento de Infantaria 9, foi criado em 16 de Abril de 1960, para
formar unidades em operações de contra-guerrilha, operações psicológicas, e
montanhismo. Essas unidades de infantaria ligeira tinham o nome de Caçadores
Especiais e foram as primeiras unidades no Exército Português a usar uma boina
castanha e camofelado. Eram unidades de elite, altamente motivadas,
os seus instrutores tiveram cursos em operações de contra-insurgência e
contra-guerrilha em França, Argélia, Estados Unidos, Reinos Unidos, e Espanha.
Quando a Guerra Colonial começou, em 1961, estavam preparadas 4 Companhias de
Caçadores Especiais em Angola.
A 4ª Companhia de Caçadores
Especiais foi uma da mais ativas. Pelo final de 1961, os Caçadores Especiais
viram algum do seu treino foi incorporado na instrução do exército
regular, e boina castanha e camofelagem extendeu-se a todo o exército. O CTOE
permanece, agora com a tarefa de dar cursos a oficiais e a oficiais
não-comissionados, e formar tropas Comandos.
Em 1980, o CTOE formou as
suas próprias unidades de operações: BEOBE. O CTOE contém o BEOE -
Batalhão de Elementos de Operações Especiais , popularmente conhecido como
Rangers, que executa missões similares ás das Forças Especiais dos Estados
Unidos ou dos britânicos SAS. Algumas dessas missões incluem Patrulhas de
Reconhecimento de Longa Distância, raids contra alvos principais, localização
de centros de comando e controle inimigos, destruição das defesas aéreas e
radares inimigos, e resgate de prisioneiros. A unidade pode ser infiltrada por
pára-quedas, helicóptero, pequenos barcos, ou a pé. O CTOE é composto
por cerca de 500 homens entre componente operacional e estruturas de
comando, apoio e serviços.
Caçadores Especiais do
BEOE tem uma boina verde: O crachá da boina inclui um trompete - o símbolo
dos Caçadores Especiais; e a unidade é conhecida como Rangers por causa dos
instrutores dos Caçadores Especiais que nos passado completaram o curso de
Ranger nos EUA e adaptaram as características do seu treino ao Curso de
Operações Especiais.
São contudo esses dois tipos
de tropas são bem diferente. Os "Rangers" são unidades constituídas à
base do choque e da força, as forças de operações especiais portuguesas não
procuram o confronto direto.
As forças de operações
especiais portuguesas são chamadas para ações militares de natureza não
convencional, nomeadamente ações de vigilância, reconhecimento e destruição de
determinados alvos, bem como ações de resgate de pessoas. Em termos
operacionais, estes militares estão treinados para obter e relatar dados sobre
objetivos vitais, preparar a ação de forças convencionais e a aterragem de
meios aéreos em zonas controladas pelo inimigo e sabotar ou destruir
instalações importantes para as forças adversárias.
Trabalham em pequenos
grupos, sobre alvos de elevada complexidade e importância e cada um deles tem
uma especialidade em determinada área. Atuam em qualquer terreno, clima e
condições atmosféricas. As operações não convencionais são em geral de baixo
custo e não conquistam terreno. Pelo contrário, as operações convencionais são
levadas a cabo por unidades de grande volume, que implicam outros custos
financeiros, atuam pelo poder de choque e conquistam terreno.
CTOE-Cursos
O CTEO tem uma série de
cursos:
COE - Curso de Operações
Especiais . ação direta; ação indireta(insurgência e guerrilha,
contra-insurgência e contra-guerrilha, e ajuda militar) - 21 semanas.
Curso de Sniper
(requere o curso de COE): 14 semanas.
Curso de Patrulha de de
Reconhecimento de Longo Alcance(requere curso de COE):
reconhecimento e operações de ação direta (8 semanas).
Curso de Operações
Regulares(somente para oficiais e oficiais não-comissionados do Quadro
Permanente): organização, instrução, e orientação das das forças regulares com
o objetivo de defender o território nacional(Portugal) quando invadido e
começar as ações de resistência(4 semanas).
Curso de Operações
Psicológicas.
Curso de Montanhismo.
Curso de Prevenção e Combate
de Ameaças Terroristas.
Curso de Mergulho de Combate
Curso de Controlador Aéreo
Avançado
Curso de Médico de Combate
Curso de Sinaleiros
Curso de Demolições
Curso de Guerra Nuclear e
Biológica.
Curso Hummint
Curso de Pára-quedismo
Militar.
Curso de manobra de pequenos
barcos.
Os soldados das Operações
Especiais também tem cursos em países amigos:
Aerotransportadas/Forças
Especiais - Estados Unidos
Curso de Sniper - Reino Unido
Curso de Patrulha de
Inverno- Alemanha
Curso de Reconhecimento e
Patrulha de Longa Distância - Alemanha
Curso de Operações
Especiais- Espanha
Treino de Inverno- Noruega
Treino centrado no homem
No CTOE de Lamego, todo o treino operacional é assentado num
fundamento: o homem. O homem e o conhecimento dos seus limites. Mais do que a
tecnologia, este é o pilar fundamental. O treino operacional dos militares de
operações especiais está assim assente em três pontos: o ser, o saber e o
fazer. No CTOE , o desenvolvimento das capacidades do indivíduo
e o conhecimento dos seus limites consegue-se com instrução e treino. Muito
treino. Com privação do repouso, dos bens essências e da alimentação.
"Tem que se olhar para
o CTOE como um conjunto de homens bem treinados e bem preparados que
se vão juntando para determinadas missões. Nós não trabalhamos com grandes
massas, é sempre na base do homem que depois se junta e participa em
operações", anota um dos ex-comandantes do CTOE. Dependendo de cada
missão, os militares de operações especiais organizam-se em equipas de dois,
cinco ou 12 homens. Todos são generalistas, mas cada um tem a sua
especialidade: em comunicações, em transmissões, em saúde, etc.
Preparação rigorosa
Portugal não tem um número elevado de militares de forças de operações
especiais, mas os efetivos existentes "têm uma preparação de base
semelhante à das tropas americanas que estão em guerra agora", garante o
tenente-coronel Borlinhas. "Os nossos instrutores vão tirar cursos nos 'Rangers'
americanos, portanto, toda a preparação e doutrina de base são idênticas",
acrescenta o mesmo responsável. O que Portugal não tem é a mesma tecnologia e
os mesmos meios de ação e combate que os EUA, um dos líderes mundiais nesta
matéria.
Lembrando da necessidade de
se operar muitas vezes no frio em áreas como a Bósnia ou o Afeganistão,
militares do CTOE reconhecem que o frio é a área que oferece mais problemas em
termos de capacidade de resistência e preparação do ser humano. Mas, aparentemente,
este não é um problema. Por um lado, porque o clima na zona de Lamego, onde os
militares de operações especiais residem, não é propriamente ameno. Por outro,
os militares fazem regularmente treinos específicos em ambientes frios e de
montanha.
Treinam todos os invernos na
serra da Estrela e participaram de exercícios internacionais no âmbito da NATO
no Norte de Noruega a temperaturas que rondam os 40 graus negativos. Numa força
irregular, o importante é a moral e a predisposição ao sacrifício.
Tempo de aprestamento
Se, de repente, o Governo português decidisse enviar tropas para o Afeganistão
por exemplo, de que tempo necessitariam estas para o seu deslocamento? Apenas
escassas horas, garantem os militares. "O grau de prontidão dos nossos
militares de operações especiais é muito grande e, por isso, o grau de resposta
também. Setenta e duas horas de tempo de preparação é norma para nós, mas
quando foi para a Guiné (1998) e para o Zaire (1996) em 48 horas colocamo-nos
no aeroporto de Figo Maduro em termos de primeira contingência", afirma um
ex-comandante do CTOE .
Entre os militares, quase
todos se lembram de férias ou dias de descanso interrompidos repentinamente.
"Uma vez, um militar estava de férias no Algarve com a família. Foi
chamado e oito horas depois estava aqui, pronto para ir para o teatro de
operações", recorda um graduado do CTOE.
Operações no exterior
Os CTOE ficaram
bem conhecidos pelas operações na Bósnia-Herzegovina. Mas foi no Afeganistão
que foram mais projetados mundialmente.
Diante de seus compromissos
com a OTAN, Portugal enviou um contingente militar para o Afeganistão. como
parte desta força estava uma Companhia de Comandos. Sua missão operacional
estava direcionada para a província de Kandahar, epicentro da insurreição
talibã no sul do país. Caberá à Companhia de Comandos apoiar o esforço de
expansão das posições da NATO e do exército afegão (ANA) na região de Kandahar,
a área de maior atividade operacional no Afeganistão, de forma a negar espaço
de manobra à insurreição. A área de Kandahar é um dos principais alvos do
esforço de reforço do dispositivo de forças da NATO e dos EUA no Afeganistão
(cerca de 60 mil homens no total).
O contingente português da
QRF (força de intervenção rápida) é formador por 157 militares: 11 do grupo de
comando, 115 da 1ª Companhia de Comandos, sendo quatro das Operações Especiais
(Snipers), 24 do destacamento de Apoio e Serviços (módulos Sanitário,
Transmissões e Manutenção) e sete da Força Aérea, que formam o Tactical Air
Control Party. Quanto a países, estão cá representados os cinco continentes. A
missão portuguesa se encerrou em 2008. Ficando apenas alguns 15 instrutores, a
cabo com a tarefa de formação de militares afegãos.
Material:
Uniformes
similares aos das tropas britânicas sobretudo para os
modelos "woodland".
Capacetes Blindados M1.
Coletes á Prova de Bala de diversas classes
Roupas porta-carregadores
Sacos de marcha.
Armamento:
Pistola semi-automática
Sig Sauer P228 em 9mm.
Fuzil de Assalto H&K G3A3 ou G3A4 (de coronha rebatível) em
7.62x51mm.
Sub-metralhadoras H&K MP5 A3 e SD6.
Sub-metrelhadora H&K MP5
H&K G-36 de 5.56x45mm.
Steyr AUG de 5.56x45mm.
SIG Sauer 543 de calibre 5,56 mm
Os esquadrões tem também os
seus lança foguetes portáteis, morteiros e lança-granadas.
Para se deslocar os membros utilizam veículos 4x4, para operações em montanhas
e desertos e também embarcações rápidas do tipo "Hurricane" que podem
ser utilizadas em operações no território nacional para escoltar ou abordar os
navios nas fronteiras marítimas e suspeitos de tráfico de droga ou transporte
de ilegais.
OS 10 MANDAMENTOS DO RANGER
1 - O Ranger é
auto-disciplinado e de pronta obediência
2 - O Ranger resiste à fome,
à sede, ao cansaço e à incomodidade
3 - O Ranger está sempre
pronto porque a sua razão o impõe e a sua preparação o permite
4 - O Ranger pondera
conscientemente todas as suas decisões não voltando nunca a cara ao perigo
5 - O Ranger tem confiança
nos chefes, respeita-os e faz-se amar pelos subordinados
6 - O Ranger é generoso na
vitoria e paciente na adversidade
7 - O Ranger regula o seu
procedimento segundo os ditames da honra e do dever
8 - O Ranger orgulha-se da
dignidade da sua missão devotando-se a ela com entusiasmo e abnegação
9 - O Ranger é leal e tem no
patriotismo a mais nobre das suas virtudes
10 - O Ranger supera-se constantemente
pela sua firme vontade e pelo seu indômito valor.
Fonte: Diversas
Andei por lá em 1971, primeiro como cadete e depois como instrutor, Como meus formadores recordo o Tenente Coronel Rino, o Alferes Peixinho, o Tenente Pizarro, todos eles Rangers, e o Capitão Baptista da Silva e o Sargento Isaías Pires, ambos Comandos.
ResponderEliminarTenente (ranger), Heleno, E.P.S.T., Figueira da Foz, ano 1979. Confiado relato a sua pessoa em 1ª mão, via telefónica a titulo pessoal, em 1986, Ocorrência em Foz do Douro, charutos a sair da água..., presenciado por mim. Jornal do incrível, presente nesse dia a recolher relatos 28 de outubro de 1986. Mente abrangente a sua, Visitei numa viagem no tempo o E.P.S.T., Não o encontrei, nem o seu BMW. Abraço para ele do Santos, 2ª recruta. Votos da EURIPE.
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