quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dom Januário: "Fico atónito quando o Governo ainda vai além da troika"
D. Januário Torgal Ferreira revelou ficar "atónito" com as medidas tomadas pelo Governo que vão além do memorando de entendimento assinado com a troika. "As medidas da troika são duras mas não me deixam surpreso, mas depois descubro que os nossos governantes vão além dos sacrifícios impostos pela troika e fico atónito", confessou o bispo.
Em declarações ao Dinheiro Vivo, Torgal Ferreira assegura que Portugal tem que pagar a dívida e ser "um país honrado", mas insiste na sua renegociação, não para fugir ao pagamento mas para "se ser melhor pagador". O bispo das Forças Armadas não poupa críticas ao Governo, referindo que as medidas que têm sido tomadas são como uma manta que, quando se puxa para tapar a cabeça, destapa os pés. "Não acredito que quando começarem a morrer pessoas à fome, quando começar tudo numa barafunda, se continue a achar que vale a pena puxar a manta", considera.
Admitindo que "depositava muita confiança na atual governação", o bispo mostra-se preocupado com as políticas que "exageram as medidas da troika". O representante da Igreja Católica questiona ainda se "o exagero das decisões tomadas não estão a privar este povo dos recursos que tem?"
"Noto uma grande insensibilidade social, apesar de haver muita gente no Governo com boas intenções", continua Torgal Ferreira, lembrando que não bastam boas intenções para que hajam resultados. "Não posso negar que temos encontrado dinheiro e cumprido os prazos, mas não há equilíbrio", avisa.
Por outro lado, para o bispo, os novos dados do desemprego, ontem divulgados, que apontam para uma taxa de desemprego de 13,6% e de mais de 30% entre os jovens "são consequência das medidas que não são tomadas". "Como é possível falar no apoio às PME se qualquer cidadão português não tem apoio bancário?", pergunta, explicando que ouve muitas pessoas que se queixam "que os bancos lhes dizem que só emprestam a empresas públicas, que têm as devidas garantias".

1 comentário:

  1. “Rogo-vos, irmãos, dizei todos a mesma palavra e não haja divisão entre vós”.
    A esta voz, lavada de toda divisão, purificada de toda heresia, ouçam-na as ovelhas e sigam seu pastor,
    aquele que diz: “As ovelhas que são minhas escutam minha voz e me seguem”.

    Do sermão sobre os pastores - Santo Agostinho

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