Fungos, o curativo milagroso
Na península de Iamal, Extremo Norte da Rússia, surgiu uma notícia sobre um remédio milagroso. Foi provado que o musgo do tipo sfagnum e outros fungos liquenizados, que existem em grandes quantidades nesta região, possuem propriedades curativas únicas. Como demostraram pesquisas do Centro Científico de Estudos do Ártico, no distrito de Iamalo-Nenetski, estes fungos podem curar muitas doenças, tais como asma brônquica – doença crónica inflamatória de vias respiratórias, que, segundo os dados OMS, atinge até 10% da população do planeta.
Os povos do Norte conhecem desde tempos remotos fungos do tipo sfagnum, musgo-irlandês e cladônia, a comida predileta das renas. Há anais que descrevem que o sfagnum era aplicado para tratar ferimentos de combatentes. Segundo testemunha um autor antigo, as mulheres da Laplândia punham este musgo absorvente na parte inferior dos berços, trocando-o de manhã e de noite, para que crianças sempre estivessem secas e quentes. Até hoje, habitantes do Norte preparam diferentes pratos de cladônia, utilizando a sua propriedade de absorver os sabores de produtos com que é combinada. Por exemplo, é muito saborosa a geleia de cladônia com oxicoco ou com outras frutas locais.
Os musgos do Norte têm propriedades únicas que não possuem quaisquer outras plantas, disse à Voz da Rússia o investigador do Centro de Estudos do Ártico, doutor em Medicina, Andrei Lobanov:
"Primeiro, trata-se de caraterísticas absorventes únicas. O musgo é uma espécie de esponja que pode absorver uma quantidade de líquido até 22 vezes superior aos seu volume, enquanto o algodão absorve, por exemplo, só nove vezes mais".
Os musgos, continua Andrei Lobanov, têm excelentes propriedades absorventes que permitem retirar do organismo um amplo leque de alergénios. Assiste-se a um efeito positivo tanto em resultado da toma destas plantas em pó, como em forma de tisanas. As pesquisas mostraram que a ingestão de sfagnum diminui consideravelmente o número de ataques de asma e a necessidade de utilizar medicamentos que dilatam os brônquios, melhorando as caraterísticas da respiração.
Na opinião de Andrei Lobanov, a continuação de pesquisas permitirá resolver o problema da segurança de produtos alimentares, porque tudo que comemos, começando por pão, é saturado, literalmente, de uma enorme quantidade de conservantes.
"Se estes conservantes forem substituídos por conservantes naturais, por exemplo, à base de cladônia, será possível, com os mesmos prazos de conservação, enriquecer pão com absorventes, atribuindo-lhe sabores interessantes. É possível também conservar produtos de charcutaria com a ajuda de spagnum, em vez de saturá-los com nitrato de nátrio, e utilizar componentes extraídos de musgos na produção de salsichas".
Na opinião do cientista, a utilização de musgos permitirá não apenas renunciar a vários conservantes, mas também impedirá o desenvolvimento da disbacteriose e diminuirá a probabilidade de reações alérgicas. Para Andrey Lobanov, a utilização de musgos abre enormes perspetivas não apenas na medicina, mas também em outros ramos. Os musgos são ainda insubstituíveis como absorventes de produtos petrolíferos derramados ou como protetores antissépticos descartáveis de calçado.
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