quarta-feira, 21 de março de 2012

A "ilha" gelada russa de Barneo
Na base ártica russa de Barneo começou a nova temporada de trabalhos. No início de abril, a 100 km do Pólo Norte, voltará a funcionar um acampamento polar que durante um mês será o principal centro científico e turístico no Ártico.
O nome exótico da “ilha gelada russa”, Barneo, foi dado por brincadeira por exploradores polares, embora a base no Pólo Norte não tenha nada de parecido com a ilha tropical de Bornéu situada na Ásia. A temperatura média na ilha asiática é de 40 graus positivos, na ilha russa – os mesmos 40 graus, mas negativos.
A base ártica encontra-se num enorme bloco de gelo à deriva, que percorre anualmente de 200 a 300 quilómetros. A comunicação com a ilha mantém-se com a ajuda de helicópteros e a organização do trabalho possui riscos constantes, diz o dirigente da expedição “Barneo-2012”, Artur Tchilingarov, Herói da Rússia.
"Estou muito contente por termos mantido a tecnologia de lançamento de equipamentos, que é muito arriscada. A organização do funcionamento da base também não é simples, é um trabalho para profissionais. Hoje, ninguém além da Rússia organiza tais bases nesta região".
Cientistas, viajantes e turistas de todo o mundo aspiram a visitar Barneo. Todos os anos, o acampamento no gelo torna-se um local de partida e a base de expedições internacionais ao Pólo Norte. Ao mesmo tempo, este é um laboratório flutuante absolutamente insubstituível para o estudo do clima de latitudes árticas, aponta o dirigente do grupo científico da expedição “Barneo”, o oceanólogo Serguei Pissarev.
"O gelo está desaparecendo no Ártico. Há muitas hipóteses que devem ser confirmadas com medições, modelos e análises. Mesmo concluindo a nossa missão de um mês, deixamos no gelo uma rede de sistemas robotizados autónomos que transmitem por satélite informações do Ártico".
Muitos projetos internacionais foram realizados no decorrer de 11 temporadas de trabalho na base, inclusive uma expedição do príncipe do Mónaco, Alberto II, ao Pólo Norte; a marcha de esquis Walking with the Wounded (Caminhando em Conjunto com Iguais) em que participaram mutilados de guerrabritânicos; a maratona patrocinada pelo irlandês Richard Donovan.
O Pólo Norte é um dos pontos mais atraentes, destaca um dos membros da expedição “Barneo-2012”, Mikhail Malakhov, distinguido com o título de Herói da Rússia pela ida e regresso autónomos através do Pólo Norte.
"No Pólo, há paraquedistas que começaram a saltar, são efetuadas maratonas, escafandristas estão mergulhando, pessoas voam em aeróstatos. O Pólo Norte tornou-se uma zona para a autorrealização de muitas pessoas que têm paixões diferentes".
O ano de 2012 é memorável para exploradores polares da Rússia. Há 20 anos, no Pólo Norte, foi içada uma bandeira tricolor russa. Nesta temporada, em Barneo, irão trabalhar cientistas do Instituto do Ártico e do Antártico, do Instituto de Oceanologia da Academia de Ciências da Rússia, assim como especialistas do Centro Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (NSF). A base acolherá os participantes da expedição juvenil “Marcha de Esquis Rússia – Pólo Norte” sob a direção do conhecido viajante russo Dmitri Chapiro. Os membros da Expedição Automóvel Marítima em Gelo também tencionam visitar os exploradores polares russos. Ao todo, a base Barneo será visitada por turistas de quinze países. O explorador polar norueguês Berg Osland tenciona contrair casamento na ilha flutuante. Por quê não? “Barneo é um local aberto, - salienta o dirigente da expedição Artur Tchilingarov, - estamos abertos para todos”.

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