sexta-feira, 23 de março de 2012

Zoltan Dani
 Abati um avião “invisível”
A operação da OTAN contra a Jugoslávia já entrou na história. Mas, apesar de o potencial dos países da OTAN, que participaram da operação, apodada cruel e sacrilegamente "Anjo da Misericórdia", ter sido incomparável com o jugoslavo, os militares locais conseguiram surpreender desagradavelmente várias vezes o agressor. Fama mundial conquistou o coronel Zoltan Dani, que comandava a 3ª bateria da 250ª brigada de defesa antiaérea que defendia Belgrado. A 27 de março de 1999, graças a armas russas e à valentia militar dos seus subordinados, ele abateu um F-117, avião considerado invencível.
Em 2004, o coronel Dani demitiu-se e ocupou-se da sua padaria e do desenvolvimento do turismo agrícola. Em entrevista à Voz da Rússia, o militar compartilhou as suas recordações sobre os acontecimentos de 27 de março de 1999:
"Aproximadamente, às 18 horas recebemos uma ordem de ligar o sistema, verificámos o estado da estação de apontamento de mísseis e do radar e informámos o centro operacional sobre a disposição combativa da terceira bateria. Pelas 20 horas, começou um ataque aéreo da OTAN, ligámos o radar e em breve vimos um alvo que se aproximava. Pedimos a autorização do centro operacional para abater este avião. Às 20.41 recebemos a autorização e às 20.42 o alvo foi abatido – precisámos de 18 segundos."
Como conseguiu descobrir o avião invisível?
"Utilizámos um radar russo P18 de diapasão métrico de frequências. Para tal radar de ondas longas a forma do avião não impede a sua deteção e, portanto, tivemos uma imagem nítida no ecrã. Fizemos respetivos cálculos e começámos a esperar quando o avião se aproximasse o mais perto possível, tendo menos hipóteses para lançar um míssil contra radar. A uma distância de 15 km ligámos o radar. Os operadores de apontamento viram o avião nos seus ecrãs. Eu dei imediatamente uma ordem de lançar um míssil, porque o avião já se encontrava dentro da zona de destruição. E o míssil cumpriu a sua missão.
A Rússia tem sistemas ainda mais aperfeiçoados, mas naqueles tempos, como agora não temos rampas de lançamento de mísseis e radares melhores. Na altura, o princípio de trabalho deste sistema de defesa antiaérea foi bastante contemporâneo. Considero que não importa de que cor seja o gato desde que cace os ratos. Este foi praticamente o único sistema de mísseis que conseguiu fazer algo."
Mas, com certeza, o sr. abateu um Stealth não apenas graças ao sistema de DAA, mas também graças à Sua mestria?
"O principal é que a equipe foi perfeitamente preparada. Foi de fato uma equipe capaz de cumprir a missão em qualquer momento sem perder tempo com reflexões, porque o grau de treino equivalia a automatismo."
É verdade que o sr. conheceu o piloto do F-117 abatido?
"Sim. Posso dizer em poucas palavras que hoje está a ser rodado o projeto “Segundo Encontro”. Será um documentário que planeamos concluir até ao fim do ano e, portanto, não posso revelar pormenores. Combinámos desde há muito este encontro, de há quase quatro anos. Posso apenas dizer que o encontro decorreu num ambiente direto e positivo. Contatámos na altura e continuamos a ter encontros agora. O nosso projeto é uma mensagem de paz, tencionamos mostrar no nosso filme quão importante é a paz em todo o mundo e que não há nada mais importante que a família."

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