segunda-feira, 2 de abril de 2012

"Máquina do Tempo" permite conhecer o passado

Os cientistas da cidade de Novossibirsk criaram pela primeira vez na Rússia um aparelho que permite datar qualquer material que contenha carbono - o espectrômetro de massa com aceleração.
 
No mundo inteiro existem poucos espectrômetros de massa com aceleração, embora a demanda destes aparelhos seja enorme. Eles são utilizados na ciência, nos estudos ambientais, na medicina e no esporte. O “know-how” da estrutura do espectrômetro siberiano permite-lhe não somente concorrer em pé de igualdade com os laboratórios mais conhecidos deste ramo da Alemanha, Japão e EUA, mas, inclusive, superá-los.
Um espectrômetro de massa com aceleração, - o único na Rússia, - começou a funcionar na chamada Cidade Acadêmica de Novossibirsk. Foi aí criado um Centro de Uso Coletivo da "máquina do tempo", chamado “Geocronologia da época Holocena”. O doutor Vassili Zenin, historiador e diretor executivo do centro, explicou em entrevista à Voz da Rússia o significado deste nome complicado.
Geo quer dizer Terra, cronologia ou cronos é o tempo, e a época Holocena é a última época geológica em que nós vivemos”.
Os cientistas do Instituto de Física Nuclear Budker, que desenvolveram este aparelho, chamam-lhe “barril”. A maioria dos aparelhos deste tipo no Ocidente têm uma estrutura horizontal, enquanto que a estrutura do aparelho russo é vertical e o seu esquema técnico é mais complicado. Em particular, nos espectrômetros de massa estrangeiros são utilizados detetores à base de semicondutores com um prazo de serviço de um ano, enquanto que no aparelho desenvolvido em Novossibirsk, eles são mais duradouros. Ao mesmo tempo, o preço total do aparelho é cerca de dez vezes mais baixo do que dos análogos estrangeiros.
No espectrômetro de massa com aceleração é utilizado o método moderno ultrassensível de análise isotópica, o que permite datar os objetos antigos com o máximo de precisão e ampliar o diapasão de determinação de idades até 70 mil anos. Este aparelho necessita de uma quantidade mínima de material para efetuar a pesquisa, - prossegue Vassili Zenin.
“Por exemplo, em caso de determinação da idade com ajuda do método tradicional de datação por radiocarbono, - o chamado método de benzol de determinação da idade,- desenvolvido durante várias décadas no nosso país e no estrangeiro, era preciso um copo inteiro deste material. Nos objetos arqueológicos, semelhantes volumes se encontram muito raramente. No nosso caso, para determinar a idade basta uma colher de chá do respetivo material”.
Os espectrômetros permitem datar mesmo os artigos e artefactos únicos. Outrora, para determinar a idade do famoso Sudário de Turim, que serviu, de acordo com a tradição, na qualidade de mortalha para o corpo de Jesus Cristo, foram precisos apenas 150 miligramas de tecido. As pesquisas em três laboratórios de espectrografia dos EUA e da Europa não confirmaram a idade de dois mil anos que se esperava, – soube-se que o tecido tinha sido fabricado há apenas sete séculos.

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