Ulrich satisfeito com os resultados, mas irritado com as perguntas sobre a austeridade
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Banca: Instituição anula prejuízos de 2011 e ganha quase 250 milhões em 2012
O BPI de Fernando Ulrich fechou o ano de 2012 com lucros de 249,1 milhões de euros, quase anulando os 285 milhões de prejuízos do ano anterior. Mais de metade dos ganhos é relativa às mais-valias obtidas com a dívida pública portuguesa.
As operações financeiras de recompra de dívida própria e venda de dívida pública nacional foram a fatia que mais contribuiu para os resultados: renderam 326 milhões. Só os ganhos obtidos com a alienação das obrigações do Tesouro renderam quase 160 milhões de euros.
O banqueiro que, em 2012, não teve dúvidas em afirmar que o País aguentava mais austeridade acabou por ver os resultados do BPI beneficiarem dos efeitos do programa de ajustamento, que motivaram uma queda a pique dos juros da dívida. As obrigações foram compradas no início do ano e vendidas quase exclusivamente no terceiro trimestre. "O banco teve ganhos com a dívida pública porque na altura em que ninguém confiava e vendia a preço de saldo tivemos confiança em Portugal. O BPI confiou na economia portuguesa", atirou Ulrich quando confrontado com a sua posição sobre a dose de austeridade.
Fernando Ulrich revelou ainda, na apresentação dos resultados, que vai pedir ao Estado autorização para devolver 200 milhões da ajuda pública, reduzindo o financiamento para os mil milhões. Sobre a economia, admitiu que "é hoje mais credível que o investimento irá recuperar algures em 2013".
SALGADO FORA DO 'MONTE BRANCO'
O procurador Rosário Teixeira emitiu um despacho onde justifica a inquirição do líder do BES, Ricardo Salgado, como testemunha e onde explica que o banqueiro não é suspeito no processo ‘Monte Branco’, que investiga a maior rede de branqueamento de capitais alguma vez detetada em Portugal.
No documento, revelado pelo ‘Negócios’, o procurador sublinha que "em face das declarações fiscais, não existe, com referência aos indícios até agora recolhidos, fundamento para imputar ao requerente a prática de qualquer ilícito criminal".
Tal como CM avançou anteriormente, Ricardo Salgado reconhece, em declarações ao ‘Negócios’, que aderiu ao RERT, um programa de regularização tributária, e que fez correções nas suas declarações de IRS, mas sustenta que "o dinheiro do RERT foi todo ganho no estrangeiro".
AUSTERIDADE: "AI AGUENTA, AGUENTA!"
Fernando Ulrich defendeu em dezembro que o País aguenta mais austeridade e mostrou-se "chocado" com "pessoas com responsabilidade" que querem levar Portugal para a situação da Grécia. O banqueiro perguntou retoricamente se o País aguenta mais austeridade e respondeu: "Ai aguenta, aguenta!". As declarações no fórum foram muitas, mas só esta frase ficou na memória. Apesar do desconforto com o efeito das palavras, ontem Ulrich voltou a frisar que "alimentar a ideia de que as pessoas não aguentam é convencê-las de que basta não querer para não acontecer e, infelizmente, a economia não é assim". E lembrou que "o PIB pode cair muito se Portugal não seguir o caminho certo".
Fonte: Correio da Manhã
Nota: Confirma-se dia para dia o que muitos tentem alertar o povo sacrificado por meia dúzia de barões da política e da banca, uma crise criada pelo sistema financeiro e político, mas são eles que tiram os lucros e cada vez mais ricos à custa do pobre contribuinte... Mafisos e Corruptos... ABREM OS OLHOS... BASTA DE TANTA AUSTERIDADE...
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