A extração de minerais que se encontram em asteróides pode tornar-se a realidade. Nos EUA foi instituída a companhia Deep Space Industries, encarregada de cumprir essa tarefa. No entanto, os minérios extraídos deverão ser transformados na Terra.
Cientistas estão convencidos de que a exploração de asteróides tem perspetivas aliciantes. Hoje em dia, alguns asteróides constituem um alvo de pesquisas efetuadas por sondas espaciais que já levaram dali uns miligramas de substâncias em causa. Entretanto, para já, não é fácil prever até que ponto serão justificadas as despesas com a extração industrial in loco, se nós aceitarmos um programa proposto pelos EUA, afirma Vadim Surdin, colaborador cientifico do Instituto de Astronomia Shternberg.
"Se falarmos a sério sobre perspetivas de extração industrial e eventuais benefícios futuros, será necessário saber prever as consequências disso. Não conhecemos a composição de asteróides. Daí a necessidade das obras de prospecção a fazer debaixo da superfície. Nem sabemos dos custos de um projeto do gênero. A colocação de qualquer substância em órbita circunterrestre relativamente baixa custa 12-15 mil dólares por quilo. O fornecimento da carga de um asteróide para a Terra seria 5-10 vezes mais dispendioso".
No parecer do especialista, na etapa presente, seria mais viável o uso de substâncias retiradas de asteróides na produção em condições do espaço e não a extração e o fornecimento de minérios para a Terra.
"É que no espaço há muita energia, em primeiro lugar, a energia solar que, desde há muito, se usa por engenhos espaciais. Por isso, se a produção for organizada num asteróide ou na Lua, isto terá sentido do ponto de vista econômico. Para a Terra deve ser trazida uma substância rica em alguma coisa. Por exemplo, o isótopo do Hélio-3 que pode surgir na superfície da Lua. Este poderia ser utilizado por centrais termonucleares. Mas o Hélio-3 não foi descoberto em asteróides".
Neste contexto, a questão mais difícil de resolver é saber se um asteróide poderia ser "transferido" para um sítio conveniente para a exploração. Tal seria possível se utilizássemos um rebocador espacial que se prende diretamente ao corpo celeste ou funciona em órbita, alterando a trajetória do asteróide devido à sua atração. Trata-se de "rebocadores de gravitação". Outra variante passa pela alteração da capacidade de reflexão do asteróide, pintado de lados diversos em branco e em escuro. Deste modo será possível mudar o caráter de sua rotação e a sua órbita. Mais a melhor opção seria a construção de unidades fabris na superfície de asteróides.
Tais projetos podem ser encarados como uma tentativa de imprimir maior dinamismo ao desenvolvimento da cosmonáutica mundial, constata o membro-correspondente da Academia Nacional da Cosmonáutica, Andrei Yonin.
"As pesquisas espaciais implicam a resolução de tarefas extremamente difíceis. Em 1950, ninguém podia imaginar que, daí a 11 anos, o homem seria enviado para o espaço. Mas esta meta foi alcançada".
Os cientistas apontam para a exploração de asteróides da classe M que ocupam a 3ª posição quanto à divulgação no Sistema Solar. A maioria destes corpos se compõe da liga de níquel com o ferro. Também são interessantes os asteróides de classe S que, segundo avaliações de peritos, podem conter depósitos de ferro, níquel, magnésio ou jazidas de platina, magnésio e ouro.
Fonte: Voz da Rússia
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