A nova HalleyI é portátil e modular. Pode acolher até 70 cientistas e será o motor da investigação atmoférica, geológica e glaciológica na Antártida.
A estação Halley VI é uma obra com a assinatura de Faber Maunsell e Hugh Broughton. Através da sua engenhosa estrutura móvel, o novo centro de investigação dispõe de todos os meios para enfrentar e vencer as mais variadas adversidades meteorológicas, habituais nos terrenos gelados da Antártida.
O novo centro de pesquisa, inaugurado no dia 5 de fevereiro, é uma construção modular, composta por sete unidades que acolhem laboratórios, escritórios, geradores de energia e onde funcionará um observatório, e uma secção central utilizada para fins comuns e recreativos.
As salas, que podem funcionar autónoma e separadamente, estão interligadas através de corredores flexíveis e a ordem dos módulos pode ser alterada sem dificuldade. Caso as circunstâncias assim o exijam, é possível ampliar a estrutura, agregando novas unidades às já existentes.
Cada uma das secções do equipamento assenta sobre várias colunas com uma altura regulável. Os suportes, finalizados em forma de patins ou esquis, sustentam toda a estrutura e podem deslizar sobre a superfície de gelo.
O Halley VI está preparado para resistir às rajadas de vento que habitualmente ultrapassam os 100 km/h e foi construído para aguentar as temperaturas características do local, que vão desde os 30 graus negativos e que baixam muitas vezes até aos 55 abaixo de zero.
Os trabalhos de construção do novo centro de pesquisa prolongaram-se ao longo de quatro verões austrais. A obra ficou orçada em mais de 45 milhões de dólares (cerca de 35 milhões de euros).
A primeira estação Halley foi construída em 1956 e abandonada em 1968. A quinta e penúltima começou a operar em 1989 e foi demolida em finais de 2012, no momento em que as obras da nova unidade já se encontravam praticamente ultimadas.
Lugar para 70 cientistas
O Halley VI está situado na zona sul de Brunt Ice Shelf, a 1400 quilómetros do Polo Sul. O centro, que pode acolher até 70 cientistas no verão e receber uma média de 16 no inverno, tem como foco principal a pesquisa e investigação atmosférica, geológica e glaciológica.
Um dos grandes problemas encontrados pelas expedições que se aventuraram anteriormente na Antártida foi o facto das placas de gelo se moverem cerca de 400 metros por ano, em direção ao mar. Além disso, o gelo e a neve acabam por absorver qualquer edificação construída sobre o continente branco. Tudo isto faz com que as estações científicas se deteriorem em menos de dez anos.
Se porventura as placas de gelo, sobre as quais assenta o Halley VI, se partirem, apenas será necessário que um trator de neve a desloque até um local seguro. Ainda assim, o material que reveste o novo centro permite à estrutura entrar no mar gelado na época de inverno e fixar-se em terra firme no verão, antes dos degelos.
Fonte: Expresso
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