segunda-feira, 18 de março de 2013

Yantar – um explorador inafundável

Yantar, navio de pesquisa, ciência
RIA Novosti

Os aparelhos submersíveis de grande profundidade, capazes de atingir os seis mil metros, são equipamento científico de ponta. Eles são apenas parte do equipamento do navio oceanográfico Yantar. Os testes desse navio de exploração terão início no verão de 2013.

O primeiro navio do projeto 22010 foi construído propositadamente para a realização de estudos de grande profundidade nos fundos do oceano. O navio oceanográfico se destina à exploração de praticamente toda a superfície do oceano, excetuando as fossas como a das Marianas, refere Alexander Forst, diretor técnico da empresa fabricante, o gabinete de projetos Almaz de São Petersburgo:

“Ele está apetrechado com equipamento moderno, incluindo os submersíveis tripulados Rus e Konsul. Também possui aparelhos de controle remoto e autónomos e sistemas rebocados para estudar o oceano nas mesmas profundidades. Assim, não existem navios semelhantes a este dentro dos navios modernos desta classe. O navio está igualmente equipado com sistemas modernos de navegação, comunicações e posicionamento dinâmico. O sistema de posicionamento permite uma manutenção prolongada e exata do navio na área de trabalho. Foi atingido o nível de flutuabilidade e de redundância das principais fontes de alimentação de energia indispensável para esse tipo de navios.”

O Yantar não é um navio de guerra, é um navio de investigação. No entanto, é notável que o navio irá integrar a direção-geral de estudos de profundidade do Ministério da Defesa, que é frequentemente apelidado de serviços de reconhecimento em profundidade. A direção-geral está subordinada diretamente ao ministro da Defesa. O navio irá realizar missões tanto científicas, como práticas, diz o diretor do Centro de Estudos Sociopolíticos Vladimir Yevseyev:

“Durante a Guerra Fria, no fundo marinho foram criadas fronteiras especiais com a ajuda de sensores especiais. Os sensores eram utilizados para detetar a passagem dos submarinos soviéticos. Foi, nomeadamente, formada uma barreira a partir da Groelândia que registrava o fato da passagem dos submarinos nucleares soviéticos e era determinado o local de passagem. Mais tarde isso permitia o seu seguimento com submarinos nucleares multipropósito. Essas barreiras, que reduziam a furtividade da utilização militar dos meios navais, não foram só criadas no oceano Atlântico, mas também noutros locais.”

É muito possível, considera o perito, que serão precisamente navios como o Yantar a permitir negar essa capacidade ao “provável adversário”. Desse ponto de vista, a existência de navios que permitam realizar trabalhos a uma profundidade considerável é completamente lógica.

O navio também tem uma utilidade civil. De acordo com os peritos, ele pode recolher informações acerca de reservas de hidrocarbonetos. Se bem que essas profundidades sejam impensáveis para a sua extração, mas essa informação será de qualquer forma útil numa perspetiva a médio prazo. Entretanto, o Yantar está se preparando para os testes – primeiro no mar Branco e depois no mar de Barents.

Fonte: Voz da Rússia

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