sexta-feira, 17 de maio de 2013

Humanidade está ameaçada pela "carne da proveta"

humanidade, carne, alimentação, saúde, cientistas
RIA Novosti

Nas próximas semanas terá lugar em Londres a apresentação de um produto esquisito – carne artificial, produzida no laboratório. Segundo afirmam peritos, a descoberta poderá marcar o início de nova época gastronómica. Os autores do projeto garantem que a "carne da proveta" não será menos deliciosa que a sua "congénere" natural.

É verdade que muitos laboratórios têm buscado vias para resolver agudos problemas de alimentação no planeta. Entre os cientistas empenhados em respectivas pesquisas figura Mark Post da Holanda que preparou um bife a partir de pedaços do tecido muscular produzido em laboratório. A descoberta do professor catedrático tem por objetivo dar a entender que a "carne da proveta" não é um mito, mas sim a realidade.
Os argumentos a favor do novo know-how não faltam: dizem que, deste modo, será possível diminuir o consumo de água e energia, bem como reduzir a emissão de metano e outros gases de estufa, para não falar de eventual abolição da criação do gado bovino. Os adeptos de tal abordagem têm apontado ainda para um crescente papel do fator ecológico, uma vez que o consumo de carne vai aumentando, por exemplo, na China, à medida que incrementa também a classe média.
Mas por muito entusiasmados que sejam os adeptos da ideia, preconizando as suas vantagens, são poucas e muito atrevidas pessoas que podem dar-se ao luxo de experimentar o acima mencionado bife de 150 gramas. É que a produção da carne artificial custou 250 mil euros. Por isso, se falarmos de eventual produção industrial de carne sintética e de sua comercialização no mercado, tal seria, com certeza, uma perspectiva de longo prazo.
Bem ou mal, o crescimento da população da Terra, o desenvolvimento de grandes centros urbanos e a redução do peso do setor agropecuário levarão, cedo ou tarde, a que os habitantes da Terra se tornem vegetarianos ou tenham de consumir proteínas artificiais, adverte o redator-chefe da revista Agrarnoie Obozrenie (Revista Agrária) e do periódico Krestiankaya Rus (Rússia dos Camponêses), Konstantin Lyssenko.
"As pessoas terão que acostumar-se ao consumo de proteínas provenientes de outras fontes, diferentes da habitual carne de animais. Nos próximos 40 anos, segundo os cálculos, a Humanidade precisará de um volume de alimentos igual ao que foi consumido nos últimos oito mil anos. O progressivo aumento da população implica, em forma proporcional, o consumo de produtos alimentícios. Todavia, daqui a 50 anos, as aéreas agrícolas disponíveis não serão suficientes para garantir a obtenção e o posterior consumo de proteínas de origem animal".
Segundo esta lógica de raciocínio, os cientistas tinham criado, primeiro, produtos geneticamente modificados a fim de elevar a colheita e o prazo de armazenamento. Depois foi clonada a ovelha Dolly, seguindo-se a campanha de promoção de produtos sintéticos, artificiais e de silicone. Na sequência disso, muitos cientistas se põem de sobreaviso, explicando que a Humanidade estaria sofrendo mudanças colossais de nível genético que, em ultima instância, levarão ao desaparecimento do homem. Um impacto para tal cenário triste poderia ser feito pela carne artificial, refere o diretor-geral do Conselho de Produtores de Carne, Arsen Guinossian.
"O futuro tem que pertencer à proteína normal, acessível aos homens desde o início e proporcionado pela natureza. Nos próximos decênios, a Humanidade deverá pensar mais em agricultura".
Hoje em dia, este tema tem vindo a ganhar a atualidade, constatam os autores de uma pesquisa, segundo a qual os hamsteres alimentados com a soja transgénica deixaram de proliferar-se passadas apenas duas gerações. Claro que não vale a pena estender esta observação aos homens e concluir que o consumo de produtos modificados possa levar à esterilidade. Mas se pode projetar estes dados para os outros animais. Isto significa que a forragem barata, feita de plantas modificadas divulgadas no mundo inteiro, poderá custar os olhos da cara.
E então a questão da carne artificial será colocada no primeiro plano. Muitos países e até regiões já experimentaram os efeitos da comida "pura". A Áustria, Venezuela, Grécia, Polónia e Suíça estão livres de produtos geneticamente modificados.
Entretanto, o autor da "carne da proveta", Mark Post, não se sente confuso com tais perspectivas desanimadoras. Antes pelo contrário, o professor catedrático admite que a Humanidade possa sobreviver graças à sua invenção se não morra antes disso...

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