terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Vasos sanguíneos artificiais para cirurgia cardíaca

Rússia, medicina, inovação, saúde

Na cidade siberiana de Kemerovo cientistas desenvolveram vasos sanguíneos artificiais. A sua singularidade é que, uma vez no corpo, eles cultivam novos vasos em torno de si próprios e depois simplesmente se dissolvem.

Um dos pacientes do centro cardíaco local teve duas operações de pontagem. Há 10 anos, o vaso adicional foi retirado de seu braço. E há três anos usaram parte da artéria femoral da perna. O médico responsável pelo tratamento diz que é possível que dentro de algum tempo o paciente precise de mais uma operação dessas. Mas onde encontrar material para a ponte desta vez, ninguém sabe. Tais situações, quando a cirurgia de pontagem coronária é repetida e o corpo não tem mais reservas, são bastante frequentes na prática de cirurgiões cardíacos.

Eles esperam resolver este problema com a ajudo dos novos vasos sanguíneos artificiais. No departamento científico do Centro de Cardiologia de Kemerovo cientistas desenvolveram uma tecnologia única para a produção de próteses de polímero para o sistema circulatório.

Os vasos sanguíneos para operações de pontagem coronária são criados da seguinte forma: num dispositivo especial uma solução de polímero especial divide-se em fios ultrafinos sob a influência de um campo elétrico, explica a investigadora principal do Centro de Cardiologia de Kemerovo Larisa Antonova:

“Esse microfio é enviado para um alfinete coletor especial, e à saída recebemos a estrutura final com a qual depois já se pode trabalhar.”

A nova tecnologia russa permite fazer o futuro vaso de polímero perfeitamente liso e, ao mesmo tempo, poroso. Sob um microscópio eletrónico de varredura o arranjo de fibras pode ser visto ao mais pequeno pormenor. O tamanho dos poros entre as microfibras é de 30 mícrons. É a espessura de um cabelo humano.

É justamente nestes pequenos poros que cientistas implantam células de pacientes. Nesta forma, o implante é suturado ao corpo. Ele serve como um esqueleto em torno do qual crescem cada vez mais células novas. As propriedades do polímero são tais que depois de ter cultivado um novo vaso sanguíneo, a prótese se dissolve no corpo dentro de três anos.

Segundo dizem os cientistas, na cirurgia cardíaca esses vasos terão grande demanda. Testes pré-clínicos em animais mostram que as próteses funcionam adequadamente em organismos vivos. Dentro de dois anos os médicos planeiam testar estes vasos sanguíneos artificiais em seres humanos, e até 2017 fornecer aos cirurgiões cardíacos novos vasos sanguíneos artificiais para cirurgias de pontagem coronária.

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