segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Um avião sem janelas, mas que deixa ver o exterior? É só esperar dez anos

Um avião sem janelas, mas que deixa ver o exterior? É só esperar dez anos

Investigadores britânicos querem tirar as janelas para reduzir peso dos aviões e cortar no combustível. Alternativa é mostrar o exterior através de ecrãs gigantes.

A imagem pode ser aterradora para quem tem pânico de voar: imagine um voo de oito horas em que a cadeira onde se senta parece planar num mar de nuvens. O interior do avião mostra, em tempo real, as condições atmosféricas do exterior, sejam elas um sol radioso ou uma tempestade forte. Em vez de janelas, ecrãs em alta definição revestem a fuselagem, para mostrar continuamente aos passageiros a altitude a que viajam e cada mudança de direção da aeronave. Seria como viajar num avião transparente.

Não é ficção: um grupo de investigadores britânicos quer retirar as janelas aos aviões, substituindo-as por ecrãs altamente sofisticados colocados no interior da fuselagem que, através de câmaras estrategicamente colocadas, mostram o exterior. Bónus: nestes ecrãs, seria possível navegar na Internet e consultar o e-mail.

O projeto pode tornar-se realidade na aviação comercial daqui a pouco mais de uma década, escreve o diário The Guardian. Nestes ecrãs ultrafinos, que transmitiriam imagens do mundo lá fora, o passageiro poderia escolher a perspetiva da sua preferência e até identificar os locais que sobrevoasse com um simples toque no visor desta espécie de televisão gigante.

A inovação permitiria dispensar as janelas do avião. E é precisamente esse o objetivo: retirar as janelas do processo de construção de uma aeronave permitirá reduzir-lhe o peso. Um avião menos pesado consumirá menos combustível, permitindo diminuir os custos das companhias de aviação a operar em todo o mundo.

Trata-se de um plano ainda embrionário dos investigadores doCentre for Process Innovation (CPI), uma organização britânica que tem trabalhado com várias empresas no desenvolvimento de novos produtos. Em conversas com o sector aeroespacial, detetaram a "necessidade de tirar peso dos aviões", esclareceu Jon Helliwell, do CPI. "Vamos retirar todas as janelas - já se faz nos aviões de transporte de mercadorias - e o que é que os passageiros vão fazer? Se pensarmos nisso, só as pessoas que se sentam junto às janelas saem prejudicadas", explicou o investigador.

O plano é futurista e envolve ecrãs que refletem a vista de fora do avião consoante a perspetiva e a direção do olhar de cada passageiro. Os ecrãs seriam feitos de OLEDs, díodos emissores de luz orgânicos, que emitem luz quando ativados pela corrente elétrica. O problema deste tipo de tecnologia relaciona-se, obviamente, com o preço, até porque os OLEDs são normalmente revestidos por vidro resistente que evita os danos da humidade e esse vidro protetor não tem a flexibilidade que permitiria aos ecrãs adaptarem-se às formas curvas dos aviões.

A chave para o desenvolvimento deste avião "transparente", segundo o investigador do CPI, estaria na utilização de díodos flexíveis, que deixam construir um ecrã adaptável aos interiores de um avião. Não é inédito: a sul-coreana LG apresentou recentemente um ecrã flexível, capaz de se dobrar sem que a imagem seja interrompida.

Este é, precisamente, o caminho do CPI para os próximos anos: desenvolver ecrãs flexíveis para garantir que as janelas dos aviões podem ser retiradas sem que os passageiros deixem de ver o mundo lá fora. Veremos é se todos estão disponíveis para "embarcar" neste novo conceito.

Fonte: DN


Fonte: Youtube

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