sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cientistas criam ratinhos quase transparentes

Cientistas criam ratinhos quase transparentes

A invisibilidade pode ser, ainda, coisa da ficção, como nos filmes de Harry Potter, mas cientistas do Japão criaram um método que deixa ratos quase totalmente transparentes.

Usando uma técnica que remove quase completamente a cor dos tecidos - com o inconveniente de que matou as cobaias no processo -, cientistas disseram ter conseguido examinar órgãos do indivíduo ou, inclusive, corpos inteiros sem ter que cortá-los, criando uma visão mais ampla de problemas com os quais trabalham.

As técnicas darão aos cientistas um «novo entendimento da estrutura tridimensional de órgãos e como certos genes são expressos em vários tecidos», disse Kazuki Tainaka, o principal autor de um estudo publicado na revista americana Cell.

«Ficamos muito surpresos ao ver que o corpo inteiro de uma cria e de um adulto pudesse ficar quase transparente», refere-se num comunicado, divulgado pelo instituto japonês de pesquisas RIKEN e pelos seus colaboradores.

O trabalho, que também envolveu a Universidade de Tóquio e a Agência de Ciência e Tecnologia do Japão, concentra-se num composto chamado heme (ou hemo), o constituinte que dá ao sangue a cor vermelha e é encontrado na maioria dos tecidos do corpo.

O processo envolve o bombeamento de uma solução salina no coração do camundongo, retirando o sangue do sistema circulatório, o que provoca a morte do animal.

Em seguida, é introduzido um reagente, que actua para separar o heme da hemoglobina, que permanece nos órgãos do animal. Para completar o processo, o ratinho morto é esfolado e empapado com o reagente durante até duas semanas.

Um feixe de luz de laser, que pode ser emitido para penetrar até um nível específico, cria uma imagem completa do corpo, assim como uma impressora em 3D cria objectos físicos em camadas.

«Até agora, os microscópios permitiam observar as coisas em detalhes mínimos, mas isto também nos privou do contexto do que estávamos a olhar», disse Tainaka.

O novo método, que não pode ser aplicado a coisas vivas, «dará detalhes, enquanto habilita-nos a obter o quadro mais amplo», afirmou.

Hiroki Ueda, que chefiou a equipa de pesquisas, destacou no comunicado que o método «poderia ser usado para estudar como embriões se desenvolvem ou como o cancro e as doenças auto-imunes se desenvolvem a nível celular.

Espera-se que o método leve «a uma compreensão mais profunda destas doenças e, talvez, a novas estratégias terapêuticas».

Fonte: DD

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