quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Rosetta e o cometa que canta: uma história de amor


Pela primeira vez na história um aparelho espacial aterrou na superfície de um cometa. A formação rochosa surpreendeu a Rosetta com uma canção de boas-vindas.

Quase se pode dizer que a Rosetta e o Gerasimenko estão apaixonados. Não fossem eles uma sonda e um cometa. 

Dois dias antes de a sonda Rosetta enviar o robô Philae até à superfície do cometa 67P/Churyumov-Gersimenko (descoberto há 45 anos por Klim Churyumov e Svetlana Gerasimenko), o aparelho europeu captou uma misteriosa "canção" vinda da formação rochosa. 

Trata-se de um sinal emitido pelo cometa, formado por gelo e rocha, que parece cantar em vários tons. Os investigadores aumentaram a frequência do som dez mil vezes para que os humanos pudessem ouvir, e este foi o resultado final: 

O sinal foi captado quando a Rosetta media, a baixas frequências (40-50 millihertz), o ambiente de plasma que envolve o cometa, descobrindo esta melodia e surpreendendo os cientistas. 

"Isto é entusiasmante porque é completamente novo para nós. Não estávamos à espera disto e anda estamos a trabalhar para perceber a física por detrás do que está a acontecer", disse Karl-Heinz Glaßmeier, um dos investigadores do projecto Rosetta. 

A sonda tem vindo a estudar o cometa para planear o envio, esta quarta-feira, do seu aparelho de aterragem – o robô Philae – até à superfície deste corpo celeste. 

Last chance to enjoy the view from up here before you visit #67P@Philae2014! #CometLanding day is here!pic.twitter.com/UmYIAaYXYU— ESA Rosetta Mission (@ESA_Rosetta) November 12, 2014

Uma operação inédita na história da exploração espacial e especialmente complicada: a Rosetta e o Gersimenko estão a dez quilómetros de distância e viajam lado a lado a mais de 60 mil quilómetros por hora. 

“Tudo isto é novo e único e nunca foi feito antes. Pode parecer ficção científica, mas é uma realidade para as equipas que dedicaram vidas inteiras a esta missão, impulsionada para aumentar a fasquia da nossa tecnologia para o proveito da ciência”, explica Matt Taylor, cientista da Agência Especial Europeia (AEE) no projecto Rosetta. 

Um encontro marcado há dez anos
O objectivo da missão da AEE é estudar o gelo do cometa, com 4,6 mil milhões de anos, para tentar descobrir mais sobre a origem do universo e da vida. 

A expedição começou em Março de 2004, quando a Rosetta foi lançada da Guiana Francesa. Sem capacidade de viajar directamente até perto do Gerasimenko, a sonda esteve a ressaltar no espaço “como uma bola de bilhar” até se aproximar do cometa. 

Depois de hibernar durante três anos, desde Maio de 2011, Rosetta acordou em Janeiro de 2014 para ir ao encontro do seu prometido.

O robô Philae separou-se da sonda Rosetta e aterrou no cometa esta quarta-feira, causando uma onda de aplausos e celebrações nas salas de controlo da AEE. O robô Philae, cujo nome foi inspirado na ilha de Philae (ilha do tempo) do rio Nilo, ganhou uma nova morada e deixou o seu nome na história.

Touchdown! My new address: 67P! #CometLanding— Philae Lander (@Philae2014) November 12, 2014


Fonte: RR

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