quarta-feira, 25 de maio de 2016

Novas pistas apontam para as "sementes cósmicas" dos buracos negros gigantes


Uma nova investigação mostra que os buracos negros supermassivos talvez apareçam grandes, sem passar por fases intermédias

Como se formaram os buracos negros supermassivos do Universo? Um grupo de investigadores, baseando-se em dados recolhidos pelos grandes telescópios da agência espacial norte-americana NASA, conseguiu descobrir provas que apontam para a origem dessas formações gigantes, as "sementes cósmicas" dos buracos negros supermassivos.

Os resultados da investigação, que vão ser publicados na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomic Society, apontam para a razão do aparecimento dos buracos negros excecionalmente grandes. "Encontrámos provas de que as sementes dos buracos negros supermassivos podem formar-se diretamente do colapso de uma nuvem gigante de gás, sem passar pelos passos intermédios", disse num comunicado da NASA o investigador Fabio Pacucci, da universidade italiana Scuola Normale Superiore.

Os cientistas acreditam que no centro de todas as grandes galáxias há um buraco negro supermassivo, incluindo a nossa, a Via Láctea. Estes buracos negros, cuja massa pode ser milhares de milhões de vezes superior à do nosso Sol, formaram-se relativamente pouco depois do princípio do universo. Mas a forma como estes surgiram permanece misteriosa. Uma das teorias existentes descreve que as sementes destes buracos negros surgiram quando buracos negros mais pequenos se fundiram e absorveram gás dos seus ambientes.





A nova teoria apresentada por estes investigadores, porém, demonstra que alguns dos primeiros buracos negros supermassivos surgiram quando nuvens de gás colapsaram. "O nosso trabalho sugere que nos estamos a aproximar de uma resposta", afirma o coautor Andrea Ferrara. "Os buracos negros poderão começar logo grandes e ir crescendo a uma velocidade normal, e não começar pequenos e crescer anormalmente rápido".

Para identificar possíveis sementes de buracos negros supermassivos, os cientistas usaram dados do telescópio espacial Hubble, do telescópio espacial Spitzer e do observatório de raio-x Chandra, e depois, através de modelos informáticos, descobriram os melhores candidatos.

"As sementes de buracos negros são extremamente difíceis de encontrar, e confirmar a sua deteção é muito difícil", disse o coautor Andrea Grazian, do Instituto Nacional de Astrofísica italiano. "No entanto, acreditamos que a nossa investigação desvendou os dois melhores candidatos até hoje".

Fonte: DN

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