O fragmento, denominado "Oest 65" Foto: DR/Nature Communications
Um fragmento de rocha extraterrestre até agora desconhecida, e que terá cerca de 470 milhões de anos, foi encontrado numa pedreira de calcário na Suécia.
O anúncio foi feito, esta terça-feira, por cientistas na revista especializada "Nature Communications".
Com o tamanho de uma bolacha, o pedaço não se parece com nenhum meteorito encontrado na Terra até hoje e, por isso, os cientistas acreditam que pode trazer novidades sobre a história e formação do sistema solar.
O fragmento, denominado "Oest 65" ter-se-á desprendido da "rocha-mãe", que teria cerca de 20 a 30 quilómetros de largura, ao ocorrer uma colisão com um corpo celeste muito maior e os investigadores avançam a hipótese de outros restos estarem espalhados pelo planeta.
Até agora só tinham sido encontradas partes de uma rocha com largura de 100 a 150 quilómetros, na forma de meteoritos chamados "condritos", da qual muitos pedaços se terão aglomerado na cintura de asteroides entre Marte e Júpiter.
Os cientistas acreditam que o pedaço encontrado na pedreira sueca pertence ao segundo corpo da grande colisão, que fez cair na Terra uma "chuva" de materiais extraterrestres, que coincidiu com uma grande expansão de invertebrados nos oceanos.
"O único meteorito que encontrámos hoje é de um tipo que não conhecemos no mundo atual", disse à Agence France Presse (AFP) um dos coautores do artigo, Birger Schmitz, da Universidade de Lund na Suécia.
O "Oest 65" contém quantidades demasiado elevadas de elementos como o irídio e isótopos de néon para ser de origem terrestre. As proporções encontradas são também diferentes das existentes nos condritos.
Segundo cálculos e medidas da radiação cósmica, a equipa descobriu que o fragmento caiu na Terra há cerca de 470 milhões de anos, pela mesma altura dos condritos encontrados anteriormente.
Este pode ser o primeiro exemplo documentado de um "meteorito extinto", enquanto os condritos continuam a cair na Terra.
"Aparentemente, há potencial para reconstruir aspetos importantes da história do sistema solar, olhando para baixo, para os sedimentos da Terra e para cima, para o céu", escreveu a equipa.
Fonte: JN
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