Vencedor, em Janeiro de 1958, de um concurso promovido pela NATO para a aquisição de um caça táctico ligeiro, simples e barato, mas também capaz de boas performances e desempenho, o FIAT G.91 era, simultaneamente, um avião capaz de operar em pistas curtas semi-preparadas como campos de relva ou pisos de terra batida.
Dada a emergente necessidade de um avião capaz de levar a bom termo as missões adequadas ao teatro de guerra nos conflitos ultramarinos os primeiros FIAT G.91, versão R/4, chegam a Portugal (OGMA, Alverca) em Dezembro de 1965.
Estas aeronaves virão, desde o início da sua utilização, a potenciar à Força Aérea Portuguesa o desempenho de missões de apoio táctico de ataque ao solo e missões de reconhecimento fotográfico.
Refira-se, aliás, que foi apenas entre nós que estas aeronaves operaram em teatro de guerra. O "Gina" entrou ao serviço, pela primeira vez, na Base Aérea 5 (BA 5), Monte Real, em Janeiro de 1966, onde foi utilizado até 1973 na instrução de pilotos que o iam operar no ultramar.
Foi utilizado na Guiné, a partir de Abril de 1966, onde serviram na Esquadra 121-Tigres na BA 12, Bissalanca; em Moçambique desde os finais de 1968 formando a Esquadra 502-Jaguares situada no Aeródromo Base 5 (AB 5) em Nacala, também a Esquadra 702-Escorpiões formada em 1970 no AB 7 em Tete Chingosi e ainda destacamentos em Nampula no Aeródromo de Manobra 52 (AM 52) em 1972, em Porto Amélia e no AM 51 Mueda, para além de outros destacamentos não permanentes no AB 6 Nova Freixo, AM 61 Vila Cabral e BA 10 Beira.
Chegaram ainda a servir em Angola, nos finais de 1974 até Janeiro de 1975, na Esquadra 93-Magníficos, substituindo os Republic F-84G, na BA 9 em Luanda.
Após os conflitos ultramarinos, como fruto de negociações e acordos entre Portugal e a Alemanha, viriam a ser entregues, de forma progressiva, a partir de 1976, mais G.91, não só na versão R/4 mas também, nas versões T/3 (os primeiros a 25 de Março) e R/3 (a partir de 13 de Junho).
Em território Nacional tiveram uma breve passagem pela Esquadra 51-Falcões (a operar os F-86F Sabre), apenas para treino de pilotos, e estiveram colocados na BA 3 em Tancos, na BA 4 nas Lajes-Açores ao serviço da Esquadra 303-Tigres e na BA 6 no Montijo, constituindo a Esquadra 301-Jaguares onde viriam a ser retirados de serviço a 27 de Junho 1993.
O último voo operacional realizou-se a 15 desse mês na BA 6, tendo voado os FIAT G.91 R/3 nº5458 e nº5448 e o FIAT G.91 T/3 nº1806. D
e um total de 137 aviões apenas 40 R/4, 34 dos 70 R/3 e 11 dos 27 T/3 serviram na FAP dado que um dos T/3 caiu em Espanha durante a viagem de entrega e os restantes terem sido utilizados como decoys ou canibalizados para benefício dos operacionais.
Nunca a FAP teve simultaneamente, em estado operacional, mais de 40 destes aparelhos.
Fonte: Youtube
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