Um grupo de cientistas do Instituto de Astrofísica Espacial de Orsay (França) e da Universidade de Edimburgo (Reino Unido) conseguiu captar a parte “perdida” da matéria que compõe o universo, informou o artigo publicado no site da biblioteca da Universidade Cornell.
Durante a experiência, os investigadores usaram o conceito conhecido como o efeito Sunyaev-Zeldovich, que ocorre quando a luz residual do Big Bang atravessa nuvens do gás difuso e quente formado pela chamada matéria bariónica. O problema é que a existência desse tipo de matéria era apenas teoria por não haver telescópio ou instrumento capaz de detectar mais de 50% das partículas bariónicas.
Desta forma, decidiram considerar que a matéria bariónica constitui apenas 4,6% da massa do universo, enquanto 96% do universo é composto por matéria e energia escuras.
Ao analisar os dados obtidos através do observatório Planck, os investigadores chegaram à conclusão de que a matéria "anteriormente perdida" é nada mais nada menos do que matéria bariónica, ao invés de matéria escura. Além disso, as galáxias do universo estão conectadas através de filamentos de gás quente e difuso, explicaram os astrónomos. Os cientistas também sublinharam que a matéria bariónica das estrelas é infinitamente mais densa do que a do universo.
Em 2015, o telescópio Planck conseguiu construir um mapa do universo graças ao efeito Sunyaev-Zeldovich, no entanto, as ligações bariónicas entre as galáxias são muito pequenas para aparecer na imagem. Cientistas franceses e escoceses conseguiram sobrepor os dados do Planck em 1.260 pares de galáxias, o que lhes permitiu confirmar que existem filamentos de matéria bariónica entre galáxias e são seis vezes mais densas do que se acreditava anteriormente.
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