Satélites da NASA receberam as primeiras imagens detalhadas de um iceberg gigantesco que surgiu na Antárctida em julho deste ano depois da ruptura do glaciar Larsen, detectando os sinais de sua desintegração.
"Em julho, todo o território da Antárctida estava coberto pela noite, por isso os cientistas foram obrigados a examinar esse iceberg através de radares e imagens infravermelhas. As primeiras imagens foram recebidas somente em meados de setembro deste ano", informa a NASA.
De acordo com semanas de observação, o iceberg A-68 se moveu primeiramente de trás para frente, o que resultou na sua ruptura em duas partes.
Entrando em detalhes, a camada de gelo Larsen é na realidade constituída por três camadas que ocupam ou ocuparam em diferentes reentrâncias ao longo da costa: Larsen A (a menor), Larsen B e Larsen C (a maior). A plataforma Larsen A desintegrou-se em janeiro de 1995; a plataforma Larsen B — em fevereiro de 2002; já a plataforma Larsen C se mostrava estável, porém, uma rachadura vem crescendo rapidamente; em julho deste ano, atingiu 200 quilómetros de comprimento.
Mais anteriormente, surgiram notícias sobre a ruptura da parte ocidental da camada de gelo Larsen C — o maior glaciar da Antárctida, causando o surgimento do maior iceberg da região.
O oceano glacial Antárctico, também chamado de oceano Austral, é o conjunto das águas que banham Antárctida, mas que na realidade constituem o prolongamento meridional do oceano Atlântico, Pacífico e Índico.
Durante um longo prazo, cientistas acreditavam que as alterações climáticas ameaçam principalmente destruir as reservas de gelo do norte. No entanto, nos últimos anos, a situação vem mudando. Surgiram provas de que as primeiras a desaparecer serão os glaciares da Antárctida que causarão o aumento catastrófico do nível de mar.
Sendo assim, a NASA está permanentemente controlando as condições dos glaciares meridionais no âmbito do projecto IceBridge através de voos de observação e imagens recebidas através de satélites da ESA — Sentinel-1 e CryoSat-2.
As observações da NASA mostram que no glaciar de Larsen C surgiu uma rachadura gigante de 112 quilómetros de comprimento, de cerca de 100 metros de largura e de 500 metros de profundidade.
Cientistas acreditam que essa rachadura possa ter surgido um tempo atrás, o que indica o carácter rapidíssimo do colapso maciço de gelo. A fenda continua crescendo rapidamente e, com a chegada do verão no hemisfério Sul, o glaciar de Larsen C tornou-se em julho de 2017 num iceberg gigante, cuja área atinge 6.500 km².
Actualmente, o iceberg se encontra perto das margens da Antárctida — a 20 km aproximadamente. Depois da intensificação dos movimentos nas últimas semanas, ele se separou em duas partes — um iceberg relativamente pequeno A-68B e seu irmão — A-68A cuja área é 100 vezes maior do que a do primeiro.
Para cientistas, há grande possibilidade de esse iceberg gigante se afastar da Antárctida, separando-se em mais fragmentos que, segundo investigadores, representa grande perigo para a navegação no hemisfério Sul da Terra.
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